digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.
quarta-feira, maio 28, 2008
terça-feira, maio 27, 2008
Coragem
Não tenho a coragem congénita das mães. Tenho apenas o parto, e o meu fruto está ausente desde a nascença. Não tenho a coragem infalível das mães. Tenho a cobardia assassina, voragem de pesadelo. Não tive nascimento, mas uma queda. E outra queda depois da infância. E outra queda mais tarde. Sou a cascata, também no choro. As palavras deixam de ecoar, esfumam-se no ar que as devia propagar. Esfumam-se como a luz fraca que tenho. Um dia depois de outro. Um dia depois de outro. Os dias nos outros. Os dias em mim. Esta voragem de pesadelo e a falta de coragem, de ir e de ficar.
A voar
Hoje, por enquanto sou eu. Estou a sair do corpo, propulsionado por vodka com limão e pastilhas de menta. Não morri ontem nem morrerei amanhã, hoje talvez. Se a velocidade travar ou a parede me detiver.
segunda-feira, maio 26, 2008
Fidelíssima amizade
Fidelíssimos afectos. Cabem todos os amigos. Caibo em todas as ajudas. Os dias com cãimbras cardíacas são de muitos beijos e algumas lágrimas. Feliz pelas fidelíssimas amizades. Agradecido por todas as palavras. Um dia hei-de ter jeito e voltar a ter futuro.
Nota: Dedicados aos amigos... ao VR, PR, ITQ, MS, DG, SO, AS, AS, IC, SGC... e outros.
sexta-feira, maio 23, 2008
segunda-feira, maio 19, 2008
Chove sempre
Nem mais um dia extra
Não são os fantasmas que fazem a minha vida um sonho de terror. São os meus dias que me arrancam a esperança. Não quero mais dias nem uma vida extra. As minhas palavras erradas dão os frutos que não quero. A noite é um sonho de mergulhar e a manhã um acordar sufocado. A angústia da tarde é um desejo. Nem rezo. Nenhuma palavra que passe pelos meus lábios ou pensamento desagua fora dos becos do meu tempo.
quinta-feira, maio 15, 2008
terça-feira, maio 13, 2008
Um só
Não crescer
Não quero crescer para não ter de mudar de cama, mas quero partilhar aquela em que durmo. Quero partilhar o meu corpo, mas não o perder para ser outro qualquer. Sou quem sou e não pretendo um dia ser outro. Crescer é mudar e gosto de estar como estou.
Dançar serve para não crescer. É um espelho do presente. A dançar não se pensa e sem pensar não se cresce. O melhor é só ter mimo quando se quer. Ter tempo o tempo todo como há chuva no céu. Dançar com as namoradas.
Dançar serve para não crescer. É um espelho do presente. A dançar não se pensa e sem pensar não se cresce. O melhor é só ter mimo quando se quer. Ter tempo o tempo todo como há chuva no céu. Dançar com as namoradas.
sexta-feira, maio 09, 2008
As ondas
A felicidade vai paralela à infelicidade. Não são iguais em tamanho; a felicidade é maior. A felicidade é o fim último da vida infinita, tem princípio e não fim. A outra tem princípio e fim. As vagas sucedem-se. A onda da minha felicidade é uma marola, curta, redonda e espaçada na maré baixa. O maremoto da minha infelicidade é um vagalhão que não se quer quebrar.
quinta-feira, maio 08, 2008
terça-feira, maio 06, 2008
quinta-feira, maio 01, 2008
Poema de mentira
Recitam lutas sem poesia, como se fossem poemas. Sentados ensaiam as palavras dos seus paradoxos. O maior é o modesto ouvidor, consensual e afável. Se houvesse um espelho não estaria invertido o sentido dos sentimentos. As lutas sem poemas são a essência da imagem. Nas mentiras não se acredita, é o sonho que mais assusta.
Adeus às flores amarelas
Foram-se as flores amarelas. Mais do que até ver. Um dia, longíquo e improvável, voltará a Primaveras destas pequenas flores. Não digo que uma ou outra possa surgir inesperadamente, digo que foram debulhadas e o que resta é um prado sobressaltado.
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