digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

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quarta-feira, março 18, 2015

Tremor de beijo

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Beijei-a e estremeceu. Nunca pensei que pudesse fazer alguém estremecer. Não foi por ser Apolo ou por estar perdida. Porque os beijos a estremeciam. Fizemos amor e no dia seguinte ao acordar beijei-a. Repetiu todos os sobressaltos. Fizemos amor e o relógio mandou-nos ir trabalhar.

sábado, maio 23, 2009

Correntes

Desviaste dois rios da sua foz conjunta e hoje não gostas das torrentes bravias que daí nasceram. Desejas uma barragem que contenha e pacifique a água das nossas lágrimas, já não vês as nascentes do nosso amor, mas ainda esperas que o teu rio se junte a outro. Não sei que voltas vão os nossos cursos dar, agora que desaguaram num mar de tristezas, porém assumo que nunca, nesta vida, as ribeiras vão percorrer os mesmos leitos. Será tudo novo desde que soltaste a água e lavraste na terra novos trajectos. Mais tarde ou mais cedo, dois novos fios se juntarão para chegar a uma foz comum.

sexta-feira, maio 09, 2008

As ondas

A felicidade vai paralela à infelicidade. Não são iguais em tamanho; a felicidade é maior. A felicidade é o fim último da vida infinita, tem princípio e não fim. A outra tem princípio e fim. As vagas sucedem-se. A onda da minha felicidade é uma marola, curta, redonda e espaçada na maré baixa. O maremoto da minha infelicidade é um vagalhão que não se quer quebrar.