digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

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sexta-feira, dezembro 24, 2010

Hoje é Natal





















Preciso-te. Com a boca toda. Preciso-te como se no amanhã pudesse não caber. Como se em toda a tristeza não tivesse onde chorar. Se o Natal não fosse também brilhar de olhos de tristeza…
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Lembro-me naquele dia todo negro me cantares flores, com as tuas mãos ausentes e o teu corpo também. É-me igual que não me ames, o teu amor existe no espaço onde o tempo não passa ou nem existe. Lugar de matemática pura e de física intangível. Tenha ou não luz.
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Possa ter um amor novo. E que os lençóis lavados e imaculados possam ser outro sudário de Turim. Iluminado por afectos e desejo. Um corpo nu e belo de mulher amada em marca-de-água. As noites todas, e uma a uma todas, de ansiedade da promessa.
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Possa ter um amor novo e o teu também. No universo infinito há-de haver um universo, ainda que infinitamente mais pequeno, só para te ter ainda. Não num planeta pequeno, nem numa anã branca. Mas fazendo amor como o pulsar dum quasar.
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Possa ter um amor novo. Digo-o lamentando porque já não tenho o teu. Às vezes nem sei das suas memórias. Arrumadas, lembro-me só que as tenho. E sei o que dizem, por isso quero-as escondidas.
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Quendera não estar ainda e agora a escrever-te saudades de amor. Quendera fosse já um rapagão de amores feitos. Quendera pairar como uma ave sobre o mal e a doença do amor. Quendera, quendera.
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Felizmente a tua ausência e memória fazem-me companhia. Assim tenho com quem passar o Natal, esquecendo-me que não tenho ninguém com quem o passar.

sábado, janeiro 30, 2010

Antes de Rafael





















Mais do que a idade, a internet dá lições. Na minha adolescência, impressionável com os conhecimentos de quem era mais velho, decidi não gostar dos pré-rafaelitas. Tinham-me dito que não prestavam. E que não prestavam, repetia. Porém, gostava. O tempo foi passando e eu negando que gostava. Um dia abri um belogue, abri duas, abri três vezes e levei uma lambada daquelas fortes. Pois que a arte dos pré-rafaelitas era ali exposta com honras. Desde então saí do medo e assumi que gosto dos pré-rafaelitas e esqueci todos os argumentos medíocres que acusavam de mediocridade a arte de alguns mestres ingleses.
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Nota: Obrigado Beluga…

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

A mulher errada





















Então, não posso gostar da mulher errada? O erro da mulher errada é não gostar de mim. Bendita são as horas em que não partilho a minha solidão. O que seria dela se a partilhasse com esta mulher desejada.