digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

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sábado, janeiro 30, 2010

Dupla penetração





















Os lugares por onde se entra também são de saída. E os de saída de entrada. E há os de saída e entrada e saída e entrada. E os de entrada por saída. E não há um caralho dum buraco qualquer em que me possa meter. Com tanta gente para foder e fodem-me a mim. Oh caralho! Fiz vinte anos de jornalismo e estou sem trabalho. Com tantos camaradas a prostituírem-se, outros armados em chulos, outros sem pinta nem para putas e que envergonham as putas… não há o caralho dum buraco qualquer em que possa entrar? Ser fodido e mal pago é uma dupla penetração... agora fodido e não ser pago... é ser enrabado por um cabrão com sida.

terça-feira, abril 21, 2009

Arte de beijo





















É bom que elas se abandonem no acto. Quando não o fazem, o que podia ser uma obra de arte transforma-se num bico de obra.
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Nota: O verbo «abandonar», neste contexto, deve-se à criatividade da amiga MCN.

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Cona, buceta, rata, gatinha e outras coisas que querem dizer vagina

Esta coisa do sexo bísaro tem muito de que se lhe diga. É complexa, começo a entender. Quando começou a saga das pesquisas por sexo bísaro, todas elas provenientes do Brasil, percebi que o domínio da língua portuguesa naquele grande país dos trópicos não é muito grande. Por que raio há tantos brasileiros (também são muitos) há procura de sexo bísaro? Será que não percebem como se escreve bizarro?
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Este problema dos graves erros de português não é excluivo dos amigos brasileiros, infelizmente. Tenho conhecido muitos disparates a angolanos... e, então, a portugueses... ui ui. O que leva tantos lusófonos a escrever tão mal? Para se ter ideia da dimensão da coisa, numa enciclopédia para computador da Porto Editora, a maior em Portugal e especializada em publicações escolares, encontrei erros... e num dicionário de verbos da mesma editora foram encontrados, por pessoas minhas conhecidas, erros nas conjugações. Portanto, o problema não é dos brasileiros.
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Quando assinalo erros não me refiro aos meros tropeções na pontuação, em textos escritos à pressa, nem às celebérrimas gralhas, que são pequenos erros de simpatia, de omissão duma letrinha, de duas letras trocadas de posição.Pois tudo isso é fruto de pequenas dislexias ou distrações.
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Ora, já se percebeu que os lusófonos (a maioria ou muitos deles) não sabem escrever a língua que falam. Pudera, quando os supostos iluminados, esclarecidos, educados, modernos, actualizados e outros administradores, directores, gestores de empresas, engenheiros, cientistas, médicos, especialistas em geral, especialistas em generalidades, jornalistas, criativos publicitários e gestores de comunicação parecem só saber usar termos anglo-saxónicos... o que se quer? A língua portuguesa é maltratada desde o ignorante sem escolaridade até ao senhor doutor. E o que dizer dos palermas, de tradutores a economistas e empresários, passando por jornalistas, que confundem o bilião (bilhão no Brasil) com billion e o trillion com trilião?! É que as palavras são parecidas, mas não são o mesmo. São números diferentes. Santa ignorância!...
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Bem, já me meti a divagar e desviei-me uma beca donde queria ir: o sexo bísaro. Embora muitos brasileiros venham aqui ao blogue procurar também vídeos de empalamento (é uma mania, uma verdadeira taradice), o sexo bísaro é que acarinho, adoro ver o número de entradas de sexos bísaros. O que querem? Diverte-me. Mas lá estou eu outra vez a cirandar em vez de ir directo ao assunto. Só por causa das coisas vou mudar de parágrafo.
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Escreveu Duarte Pacheco Pereira que «não existe pecado no lado de baixo do equador». Não haverá pecado, mas há sexo. Até sexo bísaro... ou não há, mas andam à procura dele. Tudo isto porque me lembrei dum outro termo relacionado com sexo e usado pelos amigos brasileiros: a buceta.
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Buceta é o termo mais idiota para chamar à vagina. Vagina é a palavra correcta, mas é demasiado científica e médica. Ninguém, no seu perfeito juízo, diz:
- Oh, crida (querida), deixa-me comer-te a vagina...
- Oh boa, deixa-me saltar-te prá vagina.
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Vagina, pura e simplesmente, não dá jeito. Buceta é uma palavra estúpida, não quer dizer nada ou, se quer dizer, não lembra a dita a que se refere. Buceta lembra um objecto de escritório:
- Oh Sousa, passas-me aí os carimbos, a buceta e os envelopes, por favor?
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Buceta lembra-me também algo parecido com guardanapo:
- Oh Martinha, está quieta e almoça. Não brinques com os talheres e prende a buceta à camisola.
Buceta podia ser boca, pequeno buço, piaçaba, alavanca, bigorna, parafuso, mas nunca vagina! Buceta é uma palavra idiota. Uma palavra idiota para definir uma coisa concreta e que se deve gozar e apreciar. Algo que deve ser acarinhado.
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Vou recorrer a alguns exemplos que traduzem melhor em vernáculo, em português e noutras línguas, a vagina. Os italianos, que têm a língua latina, quiça mundial, mais irritante e histérica, chamam-lhe simplesmente «fica». É bonito e sóbrio. Pode pedir-se docemente à namorada:
- Crida (querida) tens uma fica tão bonita!...
Em francês diz-se «chatte», ou seja gata. Bonito! É um termo brincalhão, aplica-se a algo onde apetece brincar e folgar. Os ingleses têm «pussy», que é, ao mesmo tempo, divertida, frágil e deciosa, como um sorvete de morango. Em alemão é «muschi»... cutchi cutchi cutchi, ternurento. Em português de Portugal é rata... anda escondida, é inteligente e marota. Se os portugueses querem algo mais doce dizem passarinha... no mínimo é querido, não acham?
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Para quem prefere termos mais brutos, mais gordos e pesados temos a «cunt» do inglês, a «con» do francês e «fotze» do alemão... esta última até lembra o verbo foder, que vejo, tantas vezes, escrito «fuder» por brasileiros, que espero se trate duma minoria, pois é erro dos grandes. Voltando à expressão mais forte, em português, da pátria linguística, é cona. Pois cona, tal como cunt, con e fotze, tem força, tanto pode traduzir um desejo que dificilmente se contém, como algo brutal e grunho. Dois exemplos:
- Querida, adoro essa tua cona, dá-me uns frémitos, que já não aguento.
- Foda-se! Fui-lhe à cona e foi até de manhã.
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Prontos, há termos em diversas línguas importantes, que traduzem vagina, nos modos mais suave ou poético e nos mais animalescos e brutais. É uma questão de escolhas e preferências. Agora, buceta não diz nada. Não tem força de sedução ou de sexo puro e duro. Tenho a esperança que todos os brasileiros leiam este texto e que, compreendo-o, deixem, duma vez por todas, de chamar buceta à vagina.
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Nota: Este texto foi escrito de enxurrada e directamente da cabeça aos dedos. Não o revi, pelo que, se encontrarem asneiras ou se tiverem protestos, escrevam para o endereço de email, deixem uma mensagem ou queixem-se ao provedor.