digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

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quinta-feira, julho 27, 2006

A janela do 365º andar

Faz um ano se for à média de um por dia, ainda que o meu ano tenha menos dias... ou mais textos do que vezes nasceu o Sol. Este é o tricentésimo sexagésimo quinto texto e queria que estivesse tão alto quanto a janela dum arranha-céus para que todos o vissem e ninguém lhe tocasse e apenas o pudesse abrir quem tivesse a sua chave.
Estou fechado e de cá de cima mostro-me onde ninguém me alcança. Salto se quiser e ninguém me pode segurar. Voo livre, sou uma linha vertical que ama a parede e beija as janelas. Sou tudo isso, se quiser, porque posso. A janela é montra e eu sou o meu troféu.
Faz um ano se fôr à média de um por dia e queria que cada texto fosse um prazer e uma luz. Faz um ano à média de um por dia e não me revelando, revelo-me todos os dias. Faz um ano à média de um por dia e estou escondido a escrever à janela, à vista de todos, num trigésimo sexagésimo quinto andar. Não estou nu, finjo estar. Faria um ano se fosse à média de um por dia.