digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

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quinta-feira, agosto 07, 2025

Livrocubicularista, palavra que fazia falta

 

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Quando uma palavra é dita não será silenciada. Podem apagá-la, existirá.

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Será flor na Terra, mesmo apenas no Jardim Celeste.

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Livrocubicularista do que quiser, como na biblioteca.

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Uma palavra nasceu, como se faz na cama.

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terça-feira, janeiro 06, 2009

Penar até ser bom

Falta-me piedade para ser caridoso. Falta-me caridade para ser cristão. Muito mais me falta para ser santo. Por fazer, uma eternidade de provas e sofrimento.

quarta-feira, julho 25, 2007

Existencialismo

Perder a alma seria perder a eternidade? Perder a cabeça seria um caminho para a eternidade?
- Não e não!

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

terça-feira, abril 04, 2006

No mesmo sítio

Dizem que me porto mal quando vou à adega. Porto-me mal porque sou mau e o vinho faz apenas sair o que em mim há que quer sair e não deixo. Se me conhecessem sabiam que a culpa não é do vinho é minha. Estou sempre no mesmo sítio.
Estou sentado no mesmo banco de jardim onde nos conhecemos. Estou sentado no mesmo banco de jardim onde sempre espero apaixonar-me. Onde nunca me apaixono. A culpa não é do vinho, é minha.
Sou um mau rapaz e tento deixar de ser. Se conseguir dou uma prenda a alguém e pode ser que desista de não me apaixonar. Estrago sempre tudo e a culpa não é do vinho.
Não sou Baco. Ele é meu amigo quando é. Traz-me fruta doce. Pintou-o Caravaggio e é assim que me lembro dele, pacato e não ébrio. Como se vê, a culpa não é do vinho. Baco nem está a beber.
Estou no mesmo sítio, onde talvez nos tenhamos conhecido, à espera de me apaixonar, a desejar desejar e a rezar para ver umas pernas bonitas e uns seios do tamanho das minhas mãos. Para sonhar e voltar a sofrer. Estou no mesmo sítio, sentado sozinho à espera que alguém se sente ao meu lado ou que Morfeu me toque ou que Baco me convoque. A culpa não é do vinho se não sou um bom rapaz.
Estou no mesmo sítio onde nos sentámos de mão dada. Onde me sentei com a outra. Onde me sentei com as outras. Onde me sentei à chuva. Onde me sentei sozinho. Estou no mesmo sítio, mas tento ser um bom rapaz. Juro que tento. Não toco nos pêssegos, toco nas uvas, mas se não sou a culpa não é do vinho nem da adega nem da companhia. O mal, se o houver, está em mim. A culpa dos meus erros é minha. Estou no mesmo sítio à espera de desejar e de não mais me apaixonar.