digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

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sexta-feira, fevereiro 05, 2016

Pior

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Tenho horror ao feio, mais do que ao ridículo. Um aperto na alma e no coração que ultrapassa a vontade do suicídio. Ferido, porque magoa e ensanguenta, até grito e palavrãozeio.
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Pior? O meu piroso, sempre ridículo!
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Pior? Os cheiros do peixe!

quarta-feira, dezembro 31, 2014

Não vá esquecer-me

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Levei mais de vinte anos até aceitar e tornar público que gosto das obras dos Pré-Rafaelitas. Outro tanto tempo e mais um pouco para afirmar que acho Renoir piroso, assim como a maioria da pintura Impressionista. 

quarta-feira, abril 18, 2012

Como os gatos

Porque às vezes não volto aqui, porque há dias com noites mais compridas do que os dias e noites mais densas do que o ânimo para ver o dia.
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As minhas gatas dizem-me com frequência:
– Por que te julgas gato, porque quase só dormes, e não bebes leitinho, derramado numa tigela, com língua?
– Porque não bebo leite.
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De resto, como gelados em caixas de litro e lamento-me por ter deixado de parte os enchidos. O doce levita o peso das horas e os chouriços carregam-me o colesterol.
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À tarde, por vezes, uma Sagres. Sem a batata frita, porque o colesterol manda. Uma Sagres e vontade de ver a bola; coisa a que quase não liogo.
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O tédio nos dias perfeitos é força bastante para que aqui não volte, ainda que quando volte não fique bem com mais nem com menos tédio.

quinta-feira, outubro 01, 2009

Mudam-se os tempos


Tenho percebido, com o tempo, que o tempo muda-nos. Não gostava de ervilhas nem de favas, passei a gostar das bolinhas e, bem mais tardiamente, das favas. Odiava cozido à portuguesa, passei a gostar depois de me ter convertido à dobrada e à feijoada. Quando era miúdo, até ser crescidinho, a carne tinha de ser quase carvão, prefiro-a agora em sangue.
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Não sei se o tempo nos dá bom gosto, porque não quero pensar no que é bom ou mau gosto. É o gosto que se tem. Ou que se tem em determinada altura.
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Os quadros de Renoir deliciavam-me com as suas subtilezas de luz, sombra e cores, com as pinceladas doces, coquetes, femininas. Van Gogh entediava-me, como que me doesse a barriga ou os olhos ou os olhos e a barriga e mais os olhos da barriga. Hoje não suporto Renoir e rendo-me a Van Gogh.
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Não sei o que o tempo nos dá além de experiência, mas alguma coisa acontece no coração. Se antes preferia rosas, hoje quero as flores da amendoeira.

sexta-feira, janeiro 30, 2009

Sonhamo-nos

Se te sonho é porque também me sonhas. Sei. Tu não sei se sabes. Vemo-nos lá.
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Nota: Afirmo aqui que não gosto de Renoir.