Porque às vezes não volto aqui, porque há dias com noites
mais compridas do que os dias e noites mais densas do que o ânimo para ver o
dia.
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As minhas gatas dizem-me com frequência:
– Por que te julgas gato, porque quase só dormes, e não
bebes leitinho, derramado numa tigela, com língua?
– Porque não bebo leite.
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De resto, como gelados em caixas de litro e lamento-me por
ter deixado de parte os enchidos. O doce levita o peso das horas e os chouriços
carregam-me o colesterol.
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À tarde, por vezes, uma Sagres. Sem a batata frita, porque o
colesterol manda. Uma Sagres e vontade de ver a bola; coisa a que quase não
liogo.
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O tédio nos dias perfeitos é força bastante para que aqui
não volte, ainda que quando volte não fique bem com mais nem com menos tédio.
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