digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

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sábado, maio 03, 2014

A história do mundo contada num poema blasfemo

Alguém disse que a Arca de Noé não levava gatos. Alguém disse que eram muitos, para caçar a comunidade de ratos que não parava de aumentar.
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Entre uma e outra fica a agricultura. E o cão?
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O cão deixava-se abraçar por Noé e Naamá abraçava-o também.
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Os cavalos impacientavam-se com as corridas repetidas das ovelhas, sempre estúpidas.
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Onde se guardavam os leões estavam as pulgas, pois enquanto os felinos se coçavam não comiam mais nada.
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Sem, Came e Jafé tentavam agarrar os gatos e um feriu-se depois de ignorar um sopro.
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Quando Adão foi moldado já o cão tinha sido domesticado.
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Adão nasceu não num jardim, mas numa horta com pomar?
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Os gatos já caçavam os ratos, que se alambazavam dos víveres armazenados por...
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Que cultivavam os campos havia anos e sabiam das estrelas os tempos e os actos.
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Sabiam por astrologia, dos doze signos mágicos do zodíaco ou dos treze da ciência.
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Conheciam-lhe os dias, e suas distancias de tempo, ou jogavam ao destino?
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Adão seria irresponsável se tentasse montar um cavalo...
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Nesse tempo mágico, que criaturas poderiam nascer, se Deus assim o permitisse, das pegadas dum equídeo?
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Onde aconteceu? No lugar que Deus deu ao homem, na sua obra de seis dias.
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No primeiro, Deus criou o dia e a noite, pensando já no cansaço que teria acumulado no final da obra imaginada.
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No segundo, separou a água dos céus. Obra acabada, parecendo inacabada. Foi com o propósito de se deliciar pela beleza do pingar à enxurrada, do som e da luz.
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No terceiro, dividiu a água, abrindo espaço para a terra, donde haveria de tirar a carne do seu primeiro filho.
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No quarto, inventou o Sol, a Lua e as estrelas, tudo ferramentas e entretenimento durante milénios. Deus pensou no futuro.
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No quinto, pensou que se as águas e os céus eram tão belos, de azul, com certeza, que mereciam ser habitados. Fez as aves e todos os animais marinhos.
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No sexto, fez os animais terrestres e o homem. Tirou-o do barro e do seu barro tirou sua mulher, Eva.
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Contam alguns eruditos, que houve outra antes de Eva... há quem fale em cinco mulheres. Teria sido feliz ou infeliz, o Adão?
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Certo, é que Adão e Eva foram comer fruta proibida e Deus, que gosta de ser obedecido, os mandou embora.
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Na Terra, nascidos pela primeira vez do sémen e do óvulo, vieram os irmãos Caim e Abel. Terá sido quando?
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Ao sexto dia. Ainda no sexto dia. Só pode. Porque os homens começaram por matar. Caim matou Abel. Não deixaram Deus descansar.
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E descansou ao sétimo? Não! Com balanço de operário e mente irrequieta de artista, lembrou-se do amor. Era tarde para desmatar Abel.
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Quando terá Deus inventado a morte? Ninguém sabe. Abel morreu.
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Ao sétimo dia concebeu o gato, a mais sublime criatura de Deus. Não sendo verdade, é o que apetece. Ama quando ama e está quando quer. Não faz favores, faz amor. Amor verdadeiro e condicional.
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Inspirou-se o Deus em Bastet, Deusa mais antiga.
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Terá o Deus se apaixonado por uma Deusa-gata?
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Ao sétimo dia, Deus não inventou o gato. Concebeu-o, no suor e no calor da cama onde julgara poder repousar.
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Ao sétimo dia, Deus descansou, fazendo amor com Bastet.
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Daí nasceram os gatos, a quem deu o planeta Kryon, acabado de inventar, ainda as rochas se ajeitavam em ronronares.
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Sentindo que o homem precisava de obediência, Deus trouxe alguns gatos para a Terra.
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Entregues ao homem pela sua mãe Bastet.
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Os gatos cedo amaram os seus irmãos homens, perseguindo os ratos que se empanturravam com as sobras agrícolas.
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Vieram pois os gatos ajudar a humanidade. Nasceram antes, sabem mais. Um dia talvez vejamos Kryon com nossos olhos, abraçados pelos irmãos gatos. Ou talvez façamos da Terra um novo Kryon.
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Contando para trás, há que falar em Anubis, um chacal que era cão e também Deus.
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Foi tudo há muito tempo e há muito tempo aconteceu o momento em que o homem ouviu a verdade. Não se sabe bem.
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Sabe-se que Anubis e Bastet se amaram. Uns dizem no prazer e outros na família. Mãe ou amante?
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De toda a forma, o Deus enfureceu-se com ciúmes e expulsou-os da Terra.
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Isto é o que se sabe, o que dizem os antigos ainda vivos... que se lembram de Isaque já ser idoso, com cento e oitenta anos.
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Isaque viveu pouco, quando comparado com Matusalém, seu décimo segundo avô, que viveu novecentos e sessenta e nove anos, quase tantos viveu Noé, seu décimo antepassado.
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Há treze mil milhões de anos surgiu o Universo. Foi o que fez Deus no dia antes do primeiro dia.
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Não havia nada, só escuro e não era da noite. Paciente. Tido como irascível, o Deus sabe ser paciente. Um dia, aborrecido, há quatro mil e quinhentos milhões de anos, inventou a Terra.
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Foi nesse dia, de há novecentos e trinta e seis anos, que Deus moldou Adão e lhe soprou a vida.
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Suspirando ainda por Bastet, Deus sofria no Egipto, onde amara a Deusa-gata.
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Era já velhinho, o Deus. Com longas barbas brancas e pouca paciência para aturar as garotadas dos seus filhos... e filhos dos filhos... e filhos, dos filhos dos filhos...
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Cansado, escreveu onze ordens e entregou-as a Moisés.
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Hoje só se referem dez. É o que consta, até nas escrituras. Mas alguns sábios sabem que eram onze os mandamentos.
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O décimo primeiro era para Moisés sair do Egipto... Deus queria tanto descansar.
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Mas não ficou assim tão tranquilo, no Egipto ficaram por lá outros homens que não eram seus filhos, eram familiares de Anubis e Bastet... lembrança permanente, o ciúme.
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O seu filho mais novo foi quem o compreendeu. O seu filho perfeito, feito de espírito e não de matéria.
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Tão livre e sábio que conseguiu tornar-se carne para mostrar o amor aos homens e ensinar-lhes o significado e como fazer o bem. Para que, por fim, o Pai pudesse descansar, para um dia abraçar todas as criaturas.
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Foi há coisa de dois mil anos e daí para cá é vasta a bibliografia que conta como tem sido a vida na Terra.
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Ou em parte dela.
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E o Diabo? O Satanás, que tarrenego, tarrenego, tarrenego?...
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Esse foi inventado pelo homem, criatura criança mimada, fazendo birra... alguém capaz de puxar as barbas ao velho.
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Serviu também o Inexistente para os homens meterem medo aos homens.
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Se soubessem o que é o amor... o Inexistente é um mal-amado, filho sem pai nem mãe.
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Forçado à escuridão iluminada pelo calor das chamas, sufocado por enxofre... o Inexistente morreria só de lá estar.
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Foi assim que tudo aconteceu.
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Nota: Adoro os kryonitas!

domingo, junho 21, 2009

Foi-se...


Um copo. Dois copos. Três copos. Quatro copos. Cinco copos. Seis copos. Sete copos. Já não és minha namorada. Sete copos (outra vez). Oito copos. Nove copos. Dez copos (já disse que te amo?). Onze copos. Onze copos. Agora pago eu. Doze copos. Paguei demais. Bebi demais. Amo-te, amor. Ainda estás aí?. Treze copos. Catorze copos. Perdi a conta. Quinze copos. Quem paga agora? Sim, vamos todos. Espera lá, vamos todos. Não vens, querida? Vamos só nós? Estás chateada? Vamos todos! Até logo. Quem paga agora? Vamos em dezasseis. Vinte e acabo. Onde foi ela? Um copo mais...

sábado, abril 26, 2008

Leva-me ao desejo

























Oh Diabo, leva-me a alma para que possa estar com quem desejo. E este desejo é já razão para perder a alma. Às vezes nem sei se sou o corpo se a alma, pois um dia o corpo morrerá e, contudo, viverei. Leva-me, então, para junto do meu desejo. Se o meu desejo é pecado, não é pecado desejar.