digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

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terça-feira, novembro 28, 2017

O Natal anuncia-se

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Há dias do cão e outros da toupeira, quando os gatos não aquecem nem a chuva do outro lado tem o ruído duma quietude.
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Não é frio ou chuva ou os comprimidos por tomar. As frases surgem feitas, guiadas por uma qualquer mão, sem fotografias ou voz ou nozes ou avelãs.
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Para mais, a meteorologia não constrói o tempo.
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O fígado-estômago-pulmões-coração-cabeça-espírito é o túnel. O ser-estar é a luz sem claridade nem tampouco da fosforescência do néon solitário dos reclames das cidades.
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Nem meia-idade chegou.
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Sou quase dias-percorridos antes do retrato solene ou do fantasma preso às coisas ou antes da refeição fastidiosa. Como a gramática encadernada em cabedal ou o pó do relógio-pendular.
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Escrevo-me todos os dias e risco-me. Esperanço-me na teimosia dos cegos presunçosos. Porque há dias parecidos com o fulgor.
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A solidão só chega para uma pessoa e a ela se termina.
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Amanhã será novo atraso.

sábado, julho 23, 2016

Quarto

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Há o quarto negro, paredes almofadadas de negro, do chão ao tecto todo negro. Refúgio nas pungências sem luz, chega-se caído num túnel quântico – digo sem saber o que é isso. Vertigem brusca. Depois acorda-se do lado de fora ou num lugar se saltar para esperança se houver coragem para ver a porta.