digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

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sábado, março 31, 2007

Cómodo e sombra

A minha casa não tem céu, tem um novelo de braços, uma cúpula como ninho vivo, que me guarda cá em baixo. Não sei de estrelas nem do frio, mas duma bruma quieta, dum sono denso e do perfume das coisas pequenas. A única coisa grande que vi foi o tecto de ramos sobre mim e os troncos a suportar a verde abóbada. A luz límpida vem filtrada e com ela o canto de todas as aves. Não posso querer mais. Não sei melhor. Sou igual aos fungos. Tenho pernas, mas nunca daqui quis sair. Na certeza dos ignorantes sei que não há felicidade além desta floresta.