digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

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segunda-feira, abril 30, 2007

O moínho

Tenho um moínho de vento de brincar nas mãos. Roda numa ilusão de óptica e faz luz. Tem mais cores do que a natureza, é uma saia de dama antiga.
A janela dá para um prado de toda a luz. Nele vacas felizes pastam sem pressa e árvores de sombra multicor estão absolutamente imóveis. Há vento morno de Oeste e a silhueta longínqua dum castelo.
No beiral da janela finquei pequenos moínhos de vento de brincar, muito coloridos e frágeis. Dão uma festividade diferente à banalidade campestre. São inúteis nas funções práticas, mas muitos úteis para sonhar.

sexta-feira, abril 20, 2007

Noite transparente

Lembro-me da noite passada, foi uma noite transparente. Choveu calmamente sem parar, como quem chorar por missão. O ruído da rua abafou-se sob a água e, pela manhã, não houve orvalhada nem os pássaros ousaram cantar. Só agora, que a luz ousa furar a almofada de nuvens, se podem escutar os cantos.
Quanto à noite passada... estiveste triste, a dormir. Descansaste dentro da tua camisa e sonhaste com vida mansa, quase quieta, porque também se deseja o que se tem. O copo de água, meio cheio, ficou à espera de ser todo bebido e no frigorífico o leite arrefeceu em espera de se aquecer.
Não houve uma aurora bureal por manifesta deslocação meridional da posição, mas poderia ter acontecido. Por cá, aconteceu quase tudo na noite passada. Foi uma noite transparente, de chuva mansa sem parar.

segunda-feira, abril 16, 2007

Vidas

Com o tempo ganha-se experiência. A experiência permite melhor discernimento. Então, por que ficam as pessoas mais complicadas com a idade?