digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, abril 30, 2007

O moínho

Tenho um moínho de vento de brincar nas mãos. Roda numa ilusão de óptica e faz luz. Tem mais cores do que a natureza, é uma saia de dama antiga.
A janela dá para um prado de toda a luz. Nele vacas felizes pastam sem pressa e árvores de sombra multicor estão absolutamente imóveis. Há vento morno de Oeste e a silhueta longínqua dum castelo.
No beiral da janela finquei pequenos moínhos de vento de brincar, muito coloridos e frágeis. Dão uma festividade diferente à banalidade campestre. São inúteis nas funções práticas, mas muitos úteis para sonhar.

3 comentários:

sa.ra disse...

gosto muito desses moinhos!
não tenho janela, nem vaso para plantar um... mas gostava.
gostava...

bejinho
dia muito feliz!

Anónimo disse...

Lembrou-me um caleidoscópio (acho que se chamava assim) que eu tinha quando petiz...era tão lindo..não servia para mais nada senão para eu sonhar!

João Barbosa disse...

Sim, o caleidoscópio existe, mas não é um moínho. O caleidoscópio é um tubo com um prisma espelhado que reflecte pequenos objectos coloridos.