digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.
Mostrar mensagens com a etiqueta Música de Lemon Jelly. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Música de Lemon Jelly. Mostrar todas as mensagens
terça-feira, novembro 28, 2006
A chuva lá de fora é uma festa
Não me peças poesia quando estou a jantar, porque são duas coisas impossíveis de juntar. É como se te pedisse para cantares enquanto degolas e depenas as galinhas.
Hoje chove e há felicidade saltitona no ar. Por isso peço com o meu melhor sorriso e a voz mais mansa para não voltares a pedires poesias nem prosas nem sussuros eróticos quando tenho uma faca na mão e tento descolar a carne do osso.
A minha felicidade passa tanto pelo teu silêncio como pelo odor dos limões na cozinha. Não vivo sem te espreitar a despir quando me julgas ainda na sala nem sem fumar às escondidas. Não sou feliz sem todo o dilúvio de agora nem a perspectiva primaveril dum qualquer amanhã.
Tenho-te perdida entre as minhas mãos. Estás perdida em mim tanto quanto eu não sei o que fazer contigo. Chove lá fora e isso é o que importa. Há uma festa lá fora. Só não vê as cores alegres da estação quem não percebe a vida a saltitar de e para as poças.
Por mim vivia dentro de água e beijava-te sempre. Por favor, guarda algum silêncio quando estivermos a jantar e nunca me peças poesias nem para te explicar um arco em ogiva...
Subscrever:
Mensagens (Atom)