digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

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quarta-feira, julho 18, 2007

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Ingratidão

Não me me escutaste os olhos rasos de água. Não me me viste tristes, os olhos alegres. Fugiste cobardemente da minha dor, como sentisses mais sofrimento do que eu e o teu coração sangrasse mais do que o meu.
Não importa se estavas saciada quando saiste a meio da noite. Não importa, porque já não te lembravas de quando estiveste faminta. Esqueceste o alento, a comida e a água. A gratidão só importa enquanto existe memória.
A gratidão e a memória são loucuras passageiras. Assim são ainda a compaixão e o amor. Não me escutaste os olhos rasos de água nem os pensamentos desalinhados. Não viste o corpo encaracolado em silêncio. Não consolaste o corpo nu aos gritos. Não viste tristes, os olhos alegres.
Nas horas difíceis da solidão há ausências mesmo na multidão. Fica quem está e se dá de presente. Fica a gratidão de quem fica. A memória de quem está. A água de quem a dá de beber. Não me viste tristes, os olhos alegres.