digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

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sexta-feira, novembro 21, 2008

Cisne





















Sim, meu cisne. Não, meu cisne. Nem outra coisa que não o amor por ti. Nem outra coisa que a diferença de quereres. Não me beijas, não mergulho. Enfim, juntos à distância dum suspiro.

quarta-feira, outubro 29, 2008

sexta-feira, julho 07, 2006

Miragem precisa-se

Preciso duma sombra e dum rio. Preciso dum vento fresco, sem necessidade de grande bravura. Se houver uma nuvem grande que esconda a estrela mais próxima nem preciso do sopro.
Preciso duma sombra e dum rio, e de me estender e não pensar para poder pensar no que afinal importa. As minhas pernas habituaram-se por fim a caminhar e estão cansadas, estão no momento de desejar o caminho e o repouso, desejam chegar para pôr termo à jornada e sossegar para se lançarem mais vivas. Estão numa indecisão de vida. Pulsam como uma infecção.
Preciso duma sombra e dum rio. A gravidade talvez me derrube e faça recuperar estendido, tendo uma pedra como confidente e almofada. A frescura pode inspirar-me a caminhar mais decidido. Estou numa encruzilhada simbólica.
Se o rio aqui estivesse, mergulharia para quebrar a rotina e a calma estagnada da paisagem. Ao vir à margem teria terra seca pronta a juntar-se à minha pele e duma árvore haveriam de cair folhas para me cobrir a quase nudez.
Se ao menos tivesse uma miragem neste deserto de cidade... o Tejo é tão largo e as praças têm árvores são grossas e muito verdes. O vento é salgado, porque vem do mar. Se ao menos tivesse uma miragem neste deserto de cidade... Se o rio passasse aqui, mergulharia.