Esta coisa do sexo bísaro tem muito de que se lhe diga. É complexa, começo a entender. Quando começou a saga das pesquisas por sexo bísaro, todas elas provenientes do Brasil, percebi que o domínio da língua portuguesa naquele grande país dos trópicos não é muito grande. Por que raio há tantos brasileiros (também são muitos) há procura de sexo bísaro? Será que não percebem como se escreve bizarro?
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Este problema dos graves erros de português não é excluivo dos amigos brasileiros, infelizmente. Tenho conhecido muitos disparates a angolanos... e, então, a portugueses... ui ui. O que leva tantos lusófonos a escrever tão mal? Para se ter ideia da dimensão da coisa, numa enciclopédia para computador da Porto Editora, a maior em Portugal e especializada em publicações escolares, encontrei erros... e num dicionário de verbos da mesma editora foram encontrados, por pessoas minhas conhecidas, erros nas conjugações. Portanto, o problema não é dos brasileiros.
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Quando assinalo erros não me refiro aos meros tropeções na pontuação, em textos escritos à pressa, nem às celebérrimas gralhas, que são pequenos erros de simpatia, de omissão duma letrinha, de duas letras trocadas de posição.Pois tudo isso é fruto de pequenas dislexias ou distrações.
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Ora, já se percebeu que os lusófonos (a maioria ou muitos deles) não sabem escrever a língua que falam. Pudera, quando os supostos iluminados, esclarecidos, educados, modernos, actualizados e outros administradores, directores, gestores de empresas, engenheiros, cientistas, médicos, especialistas em geral, especialistas em generalidades, jornalistas, criativos publicitários e gestores de comunicação parecem só saber usar termos anglo-saxónicos... o que se quer? A língua portuguesa é maltratada desde o ignorante sem escolaridade até ao senhor doutor. E o que dizer dos palermas, de tradutores a economistas e empresários, passando por jornalistas, que confundem o bilião (bilhão no Brasil) com billion e o trillion com trilião?! É que as palavras são parecidas, mas não são o mesmo. São números diferentes. Santa ignorância!...
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Bem, já me meti a divagar e desviei-me uma beca donde queria ir: o sexo bísaro. Embora muitos brasileiros venham aqui ao blogue procurar também vídeos de empalamento (é uma mania, uma verdadeira taradice), o sexo bísaro é que acarinho, adoro ver o número de entradas de sexos bísaros. O que querem? Diverte-me. Mas lá estou eu outra vez a cirandar em vez de ir directo ao assunto. Só por causa das coisas vou mudar de parágrafo.
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Escreveu Duarte Pacheco Pereira que «não existe pecado no lado de baixo do equador». Não haverá pecado, mas há sexo. Até sexo bísaro... ou não há, mas andam à procura dele. Tudo isto porque me lembrei dum outro termo relacionado com sexo e usado pelos amigos brasileiros: a buceta.
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Buceta é o termo mais idiota para chamar à vagina. Vagina é a palavra correcta, mas é demasiado científica e médica. Ninguém, no seu perfeito juízo, diz:
- Oh, crida (querida), deixa-me comer-te a vagina...
- Oh boa, deixa-me saltar-te prá vagina.
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Vagina, pura e simplesmente, não dá jeito. Buceta é uma palavra estúpida, não quer dizer nada ou, se quer dizer, não lembra a dita a que se refere. Buceta lembra um objecto de escritório:
- Oh Sousa, passas-me aí os carimbos, a buceta e os envelopes, por favor?
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Buceta lembra-me também algo parecido com guardanapo:
- Oh Martinha, está quieta e almoça. Não brinques com os talheres e prende a buceta à camisola.
Buceta podia ser boca, pequeno buço, piaçaba, alavanca, bigorna, parafuso, mas nunca vagina! Buceta é uma palavra idiota. Uma palavra idiota para definir uma coisa concreta e que se deve gozar e apreciar. Algo que deve ser acarinhado.
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Vou recorrer a alguns exemplos que traduzem melhor em vernáculo, em português e noutras línguas, a vagina. Os italianos, que têm a língua latina, quiça mundial, mais irritante e histérica, chamam-lhe simplesmente «fica». É bonito e sóbrio. Pode pedir-se docemente à namorada:
- Crida (querida) tens uma fica tão bonita!...
Em francês diz-se «chatte», ou seja gata. Bonito! É um termo brincalhão, aplica-se a algo onde apetece brincar e folgar. Os ingleses têm «pussy», que é, ao mesmo tempo, divertida, frágil e deciosa, como um sorvete de morango. Em alemão é «muschi»... cutchi cutchi cutchi, ternurento. Em português de Portugal é rata... anda escondida, é inteligente e marota. Se os portugueses querem algo mais doce dizem passarinha... no mínimo é querido, não acham?
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Para quem prefere termos mais brutos, mais gordos e pesados temos a «cunt» do inglês, a «con» do francês e «fotze» do alemão... esta última até lembra o verbo foder, que vejo, tantas vezes, escrito «fuder» por brasileiros, que espero se trate duma minoria, pois é erro dos grandes. Voltando à expressão mais forte, em português, da pátria linguística, é cona. Pois cona, tal como cunt, con e fotze, tem força, tanto pode traduzir um desejo que dificilmente se contém, como algo brutal e grunho. Dois exemplos:
- Querida, adoro essa tua cona, dá-me uns frémitos, que já não aguento.
- Foda-se! Fui-lhe à cona e foi até de manhã.
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Prontos, há termos em diversas línguas importantes, que traduzem vagina, nos modos mais suave ou poético e nos mais animalescos e brutais. É uma questão de escolhas e preferências. Agora, buceta não diz nada. Não tem força de sedução ou de sexo puro e duro. Tenho a esperança que todos os brasileiros leiam este texto e que, compreendo-o, deixem, duma vez por todas, de chamar buceta à vagina.
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Nota: Este texto foi escrito de enxurrada e directamente da cabeça aos dedos. Não o revi, pelo que, se encontrarem asneiras ou se tiverem protestos, escrevam para o endereço de email, deixem uma mensagem ou queixem-se ao provedor.
Nota: Este texto foi escrito de enxurrada e directamente da cabeça aos dedos. Não o revi, pelo que, se encontrarem asneiras ou se tiverem protestos, escrevam para o endereço de email, deixem uma mensagem ou queixem-se ao provedor.
28 comentários:
Chamem-lhe o que quiserem mas ela é a protagonista da suposta profissão mais antiga do mundo...
João,
esqueceste-t "pachacha", ou, mais carinhosamente, da "pachachinha".
E sobre tão douta palavra até há registo de uma "estória", vivida nos idos anos 70 do século passado, num autocarro da Carris daqueles de dois andares.
Ora, a Dona Etelvina, viúva fina e de altos pergaminhos, moradora desde que se conhecia, no bairro da Graça, em Lisboa, para entreter os seus dias vivia na companhia de uma cadelinha chihuahua, a quem chamava carinhosamente - lá está! - "Pachachinha".
Com o devir dos anos, a Pachachinha, tal como acontecera anos atrás ao seu Arnaldo, feneceu! Muitas lágrimas, choros e desfalecimentos depois, as comadres vizinhas ou as vizinhas comadres lá a convenceram a levar a Pachachinha ao seu destino: o cemitério para canídeos e animais de companhia do Zoo de Lisboa.
Findos os trabalhos dignos de uma mui nobre múmia faraónica, a Pachachinha foi enfiada numa caixa de sapatados e lá foi a Dona Etelvina em direcção a Sete Rios, no dito autocarro da Carris.
Ainda chorosa,sentada no banco imediatamente atrás do seráfico motorista, que ia enterrar a Pachachinha!
Três semanas de indecisão quanto ao destino a dar à Pachachinha tinham o seu efeito: rapidamente um cheiro nada agradável se instalou em redor!
Cinco ou seis paragens depois, o motorista não se conteve:
- A Senhora que tem a pachachinha morta, faça o favor de saír!
Sairam sete senhoras e as restantes cruzaram as pernas.
"Pardon my french", mas isto de se ser possuidor de um pénis faz com só vejam na anatomia feminina o buraco, perdão, a vagina. Que isso de ser ter vulva é preliminar e não interessa lá muito, porque vai dar tudo ao mesmo sítio.
Perdoa-me o desabafo, mas acho a sexualidade masculina tão elementar que até entedia... Olha, vou antes ver o que estará a passar no canal História, é capaz de ser mais interessante.
*faz com que
*que isto de se ter
Eu hoje estou péssima para estas coisas, está visto! :-)
oh Raquel, não é nada disso... eu só não gosto da palavra buceta...
Então e as mamas?
Oh, homem! Não personalizes a critica porque assim não vais lá! :-)
http://www.sexonabanheira.com/forum/showthread.php?t=66271 (bolas, nem sabia que havia tantos nomes, levaste-me a pesquisar!). Beijo :)
Olá João. Sou escritora e estou n meu mas novo romance. Precisava escrever em um determinado momento a palavra "buceta" e comovocê achei pesada demais (risos. Daí procurando um termo mais adequado em frances na internet, cheguei ao seu blog. Vou voltar com calma e devora-lo. ADOREI!!!!! Parabéns.
Su: muito obrigado pelas suas palavras. Boa sorte para o seu romance.
Ô Portugues, o português entre Brasil e demais é muito diverso, um exemplo disso é chamar a calcinha de cuequinha....ou pão de cacetinho...etc
Meu amigo, a cona come-se, a vagina não. Buceta, rima com punheta e logo aí vai-se a tesão. A passarinha é delicada, a cona, é poderosa e aguenta a trancada. A cona foi feita para durar, à ratinha pede-se desculpa só de tocar. A mim, cona soa-me bem.
Quem bota defeito quer comprar :)
Voltando ao início do tópico, fico agora na dúvida se os brasileiros soletram mal bizarro, ou se realmente querem dizer bísaro. É que a segunda significa porco. Até faz algum sentido... Sexo porco...
Mais um tesourinho da nossa tão rica língua, tantas vezes trucidada.
Buceta é a palavra mais doce do nosso vocabulario popular. Homem que não gosta de buceta... hummm não sei não!!!
Outros termos que designam popularmente a vagina no Brasil:
Xoxota
Xereca
Xota
Xavasca
Xana
Buça
Buçanha
Perseguida
Pomba
Grutinha
Perereca
Prexeca
Sou brasileiro, com todo o respeito e consideração ao titular do blog, boceta (eu nunca escrevo buceta, embora a maioria assim o faça) é palavra consagrada popularmente para designar vagina no Brasil. Há também xoxota (palavra deliciosa). No Norte e Nordeste são muito usadas as palavras periquita, periquito (ou priquito, esta mais utilizada) para denominar a deliciosa geniutália feminina.
Corrijo palavra de comentário anterior: GENITÁLIA em vez de "geniutália".
Gosta da palavra CONA, de origem bem latina, mas infelizmente não a usamos no Brasil.
Volto ao assunto. O ilustre blogueiro não deve generalizar e atribuir erros de português a todos os brasileiros. Há muitas pessoas a escrever mal, resultado de décadas de descaso com a educação em vários e diferentes governos brasileiro. Há também a questão dos brasileirismos. Sou brasileiro, mas não aprecio o uso abusivo do gerúndio, embora possa até empregá-lo na linguagem oral e não formal.
Por favor, erro de digitação: leiam governos brasileiros em vez de "governos brasileiro"
Boa tarde, caro Anónimo
não quis, de modo algum, atribuir erros de português a ninguém. de modo algum foi essa a minha intenção.
tentei apenas dissertar (ou algo assim) acerca de palavras sinónimas de vagina em língua portuguesa dos dois lados do Atlântico.
nem poderia ser doutra forma, respeito muito a cultura brasileira (que é rica, vasta e plural) e que na Literatura tem sido muito injustiçada no que respeita a Prémios Nobel.
abraço,
JB
Jb adorei e concordo buceta é uma palavra muito horrorosa para uma coisa tao prazerosa.....
anônimo se n tem o q dizer n critique tenta fazer melhor.... realmente nos brasileiros usamos essa palavra.. mais nem por isso deve criticar e sim respeitar a opinião de cada um.. em questão de erro de escrita por acaso vc é formado em pedagogia para corrir alguém?? E mesmo se fosse n teria o direito... ninguém lhe pediu para dar sua opinião e muito menos lhe forçou a entrar nessa pagina.... recalque n leva a ninguém a lugar nenhum! Fik a dica...
jb meus parabéns lindo:*
........
Valeu aprendi
faltou priquito que é bem popular no nordeste do Brasil.
Epá, apaguei sem querer um novo comentário. Enganei-me no click. Peço desculpa ao seu autor.
Ainda por cima era bastante interessante. Estou irritado, pois o blogger não tem como recuperar o eliminado. Bolas!
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