digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, maio 23, 2009

Correntes

Desviaste dois rios da sua foz conjunta e hoje não gostas das torrentes bravias que daí nasceram. Desejas uma barragem que contenha e pacifique a água das nossas lágrimas, já não vês as nascentes do nosso amor, mas ainda esperas que o teu rio se junte a outro. Não sei que voltas vão os nossos cursos dar, agora que desaguaram num mar de tristezas, porém assumo que nunca, nesta vida, as ribeiras vão percorrer os mesmos leitos. Será tudo novo desde que soltaste a água e lavraste na terra novos trajectos. Mais tarde ou mais cedo, dois novos fios se juntarão para chegar a uma foz comum.

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