digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.
sexta-feira, fevereiro 29, 2008
quarta-feira, fevereiro 20, 2008
Inteira
Inteira, pode fazer-se dos seus opostos; ser. Escrever é divertido como gastar dinheiro. Escrever é chato como poupar dinheiro. Mudar de vida e mergulhar apaixonadamente na relação.
Hasta siempre... Viva!
As revoluções têm poesia verde e vermelha, e uma esperança azul; juventude e emoção.
Foi-se. Na ilha adiada cantam-se ainda as velhas canções. Da esperança. Nasce uma nova, ainda sem a poesia, mas dum horizonte. Azul e no fim do mar.
Não da Florida, mas azul. Qualquer coisa de mais decente. As velhas canções e o fumo. Um vento novo num compasso de espera, mas já a esperança.
Depois do sol da terra se pôr, os amanhãs que cantam são outros. Um dia virá com mais Sol à ilha adiada. Por agora as cores de sempre e o feliz orgulho. Há ainda as velhas canções e os mitos. Um dia mais decente irá raiar. Agora resta esperar.
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O Fidel Castro foi-se embora... Viva!
segunda-feira, fevereiro 18, 2008
Mergulhar
Premonição
sexta-feira, fevereiro 15, 2008
Nostalgias
De tanto criticar a nostalgias dos meus amigos, tornei-me o maior nostálgico. Regresso-me ao tempo em que nenhum era nostálgico.
quinta-feira, fevereiro 14, 2008
As ninfas
Será a Sandra Shine ou a Luna Lane? Gostaria que fosse a Swan ou Georgia Jones ou a Eva Roberts.
Para ser sincero, não sei se é morena, mas vejo-as como a Aliona, a Raven Riley, a Anetta Keys, a Vicky Vane, a Trixie Teen ou a Taylor Rain.
Eventualmente como a Violet Blue.
A Kyla Cole, não me parece, mas nunca se sabe. O mesmo para a Nikki Nevada, que agora se chama Ashley Brooks... sim, a loira. A Pamela Anderson é que não, não mesmo. E os olhos da Tania Russof não me incomodam nem seduzem.
Ah! Mas ainda pode ser a Natasha, a XXX Raimi e a Orsolya. Não sei quem está ali e me foge. Uma haverá de ser. Depois acordarei.
Nota: Fui à net e pesquisei... as actrizes (!) porno têm nomes muito fixes.
A três
Tudo homens. Tudo mulheres. Mas nunca mulheres e homem ou homens e mulheres. E todos pessoas iguais. Outra coisa seria coisa diferente; seria o fim da teoria dos ciúmes simétricos e homogéneos.
Enfim, encolho os ombros e penso noutra coisa. Há dias assim, sem nada mais para pensar.
Como um cadáver-esquisito
quarta-feira, fevereiro 13, 2008
Cabo do corpo
Mexe o pé. Pontapé. A caminho. A pé é que se vai. Dança. O pé leva comigo, é o meu melhor amigo e a minha maior vítima. O pé leva-me. Vou fácil, Maria vai com as outras.
Pé direito a mexer
Pé esquerdo a mexer
terça-feira, fevereiro 12, 2008
Depois da terra
Depois da claridade
quinta-feira, fevereiro 07, 2008
Gares
A mulher errada
Depois do segundo café
Diariamente, a coisa não engorda. Expande o horizonte e transporta-nos para um qualquer sítio onde apetece estar à conversa, como um jardim emoldurado por jardim. Boucher o poderia ter pintado.
Depois há o resto. Há vida além das ovas. Humor e invasões de fantasia pela a realidade quotidiana. Gosto. Gosta-se. Será fácil gostar? Importa gostar.
Jardim de Boucher com unicórnios, anjos, Nossas Senhores e Calvários. Peregrinação sem vício. Diariamente como o café da manhã e o jornal que suja os dedos e pesa nas mãos. Depois do trânsito e antes da entediante realidade num sítio arrumado. Só falha quando falha, alguns dias, poucos, do ano solar.
Luz do Sol e repouso de tudo o resto que não importa. De tudo o resto que importa ao dia-a-dia. Sítio belo. Não mulher nua deitada, mas mulher-peixe sábia. Sabedoria de água profunda trazida à claridade.
Há ainda o Van Gogh, obrigatório, mas dispensável. Um defeito que ajuda a perspicácia, pimenta nos dias. Falta-lhe Hopper, paciência: não há rio sem pedras.
segunda-feira, fevereiro 04, 2008
Arlequim
Nunca lhe disse que não gosto de Arlequins. Não gosto de Arlequins nem de palhaços. Não gosto de circo. Se algum dia ansiei por palhaços era porque desatinava com tudo o resto.
Um dia ainda digo ao meu pai que aquele quadro me leva para um país de maravilhas e angústias. Para uma infâncil difícil e solitária.
Nem Carnaval nem Quaresma. A proximidade das datas aborrece-me, entedia-me. Detesto o Carnaval e a Quaresma, como abomino Arlequins e palhaços.
Não quero perceber.
Nota: Hoje em Sesimbra concentraram-se três mil palhaços. Queriam que fosse o maior ajuntamento do mundo. Não bastava ser Carnaval e depois vir a Quaresma?
O Arlequim angustiante
Não gosto de palhaços como não gosto de circo. Se dantes preferia os palhaços no circo era apenas porque me enfastiava tudo o resto. Náuseas, angústias, divórcio, pudor, suores e tantas outras palavras que não sei usar.
Abertura
As relações um dia acabam - dizem. Os amores finam. Há amores defuntos sem toque de finados. Há mortos-vivos, lobisomens, dráculas, ventríloquos e invejosos. Há mares serenos e lençóis revoltos.
Porquê? Não sei. Não sei mesmo. Não quero pensar. Não me apetece pensar. Já fui longe demais. Não saio da mesma, como um viciado. Por que fui? Não sei. Não sei, não sei.
Vai-se como se tivesse deixado ir, sem resistência nem obstáculo. Volta-se pelas mesmas razões. Não sei o que faça. Não sabia o que fazia.
Se tivesse deixado ir
A – à. B – bê. A-B-Erto. Reaberto. Tudo explicado
Um coelho fugiu do Paraíso e não cheguei a encontrar a porta. Não o pude seguir. Não estava nem para cá nem para lá da porta.
Nem para dentro nem para fora sentia a felicidade de estar fechado. Nem de estar aberto. Entre uma coisa e outra estava uma porta entreaberta; ou fechada com uma janela aberta.
Os coelhos podem ser agarrados pelas orelhas, é essa a grande vantagem de as ter. Mãos pequenas podem escrever coisas grandes, além de segurar coelhos. Não digo que sejam grandes as palavras, mas justas e medidas. Nem sempre bem.
À falta de melhor ideia e ilustrativa imagem para as ausências, defeitos, contra-sensos e revisões, fica o coelho solto e fugido do Paraíso. Se bem que não saiba onde está, sei que andará por aí devido à falta de predadores. O coelho raramente sabe o que diz e partilha tudo o que sabe.
Não o pude seguir. Passou de lá para cá da porta. De que serve uma porta se não pode fechar ou deter? De que serve uma porta fechada com uma janela aberta?
Não por distracção, amuo ou depressão se fechara a porta. Não por vontade séria, reconciliação ou nova alegria se abriu. Quando não faz sentido o fecho talvez faça a abertura.
Reabriu-se então, visto estar cá fora o coelho que ninguém viu. Provavelmente ninguém o verá. À falta de melhor ideia e imagem serve o coelho. À falta de senso ou significado serve o coelho.