digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Depois do segundo café

Além do sabor intenso e do aroma penetrante. As iguarias lêem-se. Sentem-se com Champanhe. Ilustram-se com arte.
Diariamente, a coisa não engorda. Expande o horizonte e transporta-nos para um qualquer sítio onde apetece estar à conversa, como um jardim emoldurado por jardim. Boucher o poderia ter pintado.
Depois há o resto. Há vida além das ovas. Humor e invasões de fantasia pela a realidade quotidiana. Gosto. Gosta-se. Será fácil gostar? Importa gostar.
Jardim de Boucher com unicórnios, anjos, Nossas Senhores e Calvários. Peregrinação sem vício. Diariamente como o café da manhã e o jornal que suja os dedos e pesa nas mãos. Depois do trânsito e antes da entediante realidade num sítio arrumado. Só falha quando falha, alguns dias, poucos, do ano solar.
Luz do Sol e repouso de tudo o resto que não importa. De tudo o resto que importa ao dia-a-dia. Sítio belo. Não mulher nua deitada, mas mulher-peixe sábia. Sabedoria de água profunda trazida à claridade.
Há ainda o Van Gogh, obrigatório, mas dispensável. Um defeito que ajuda a perspicácia, pimenta nos dias. Falta-lhe Hopper, paciência: não há rio sem pedras.

A sapiência de peixe esquisito lê-se aqui.




Nota: este texto é dedicado à Beluga, que me anima as manhãs com seus textos no «o belogue», cuja qualidade foi reconhecida na L+Arte de Fevereiro.

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