digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Arlequim

O meu pai pintou um Arlequim. Pintou mais, mas lembro-me só dum. A culpa é do Cézanne e do Picasso.
Nunca lhe disse que não gosto de Arlequins. Não gosto de Arlequins nem de palhaços. Não gosto de circo. Se algum dia ansiei por palhaços era porque desatinava com tudo o resto.
Um dia ainda digo ao meu pai que aquele quadro me leva para um país de maravilhas e angústias. Para uma infâncil difícil e solitária.
Nem Carnaval nem Quaresma. A proximidade das datas aborrece-me, entedia-me. Detesto o Carnaval e a Quaresma, como abomino Arlequins e palhaços.
Não quero perceber.

Nota: Hoje em Sesimbra concentraram-se três mil palhaços. Queriam que fosse o maior ajuntamento do mundo. Não bastava ser Carnaval e depois vir a Quaresma?

1 comentário:

Anónimo disse...

Também eu não gosto de palhaços. São uma mentira. Ainda bem que o blog voltou ao "público em geral". Abraços!