digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

O Arlequim angustiante

O meu pai pintou um Arlequim. Pintou mais, mas lembro só dum. O meu pai pintou um Arlequim que me deixava triste. Nele entrava numa terra de tristeza, num país das maravilhas e insegurança.

Nunca lhe perguntei por que pintou um Arlequim, mas talvez ainda o faça. Nunca lhe disse que não gosto do quadro nem de Arlequins. Não gosto de Arlequins como não gosto de palhaços.
Não gosto de palhaços como não gosto de circo. Se dantes preferia os palhaços no circo era apenas porque me enfastiava tudo o resto. Náuseas, angústias, divórcio, pudor, suores e tantas outras palavras que não sei usar.

Nem Carnaval nem Quaresma. Sinto um sismo por sentir tão próximos tempos de tantas festas. Não quero perceber.

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