digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.
segunda-feira, novembro 30, 2009
domingo, novembro 29, 2009
sexta-feira, novembro 27, 2009
quarta-feira, novembro 25, 2009
Confissão audiovisual
Não sei onde escondi os dias felizes, davam-me jeito nestes tempos sem futuro. Existo numa cassete de vê-aga-ésse, perdendo magnetismo e esquecido dos dias além de próximos.
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Não vou em alta definição. Aliás, na melhor das hipóteses, não tenho nada definido. Haja uma réstia de esperança.
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O som sarraunde apenas traz as vozes dum passado que não quero ouvir. Mas, não há uma vidente que me bichane o futuro?
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Além de tudo o mais, a vizinhança estranharia as palavras tão baixas numa casa de televisão com som tão alto. Tantas horas no dia.
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Os meus dias fazem-se de tê-vê. Directamente apontada à cabeça. Directamente injectada nas veias.
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As minhas noites são de costas torcidas, de abandono no sofá, para curtir os efeitos do audiovisual que me entorpece.
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Não leio! Não leio! A pedra dum livro é ligeira e difícil. Mesmo na dureza das palavras, os livros não batem. Só a televisão dá moca.
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Como qualquer dependente, a droga não me sacia. A televisão não me satisfaz nem chega. Nunca farta, fartando a cada minuto que passa.
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Espero, a esperança pouca que me resta, a emissão que me dê esperança. Não que me devolva os dias felizes, mas que me dê alguma utilidade aos que tenho pela frente.
terça-feira, novembro 24, 2009
Estavas bêbado?
domingo, novembro 22, 2009
sábado, novembro 21, 2009
Letra Q
sexta-feira, novembro 20, 2009
quinta-feira, novembro 19, 2009
Dias felizes
quarta-feira, novembro 18, 2009
terça-feira, novembro 17, 2009
Marcha
Gostava de ouvir a marcha fúnebre que tencionam tocar no meu funeral, é que depois de morto será mais complicado pronunciar-me e espero partir já a trautear qualquer coisa em memória destes dias.
Estar lá
Às vezes lembro-me de Albufeira e das mães de família de classe média muito entornadas, muito inglesas… dos beijos deles, encontrados à pressa na escuridão ou depois dos escaldões da praia. Eles, os outros, os delas, não viam, fingiam ou não estavam. Tudo o resto sempre lá esteve e está.
segunda-feira, novembro 16, 2009
domingo, novembro 15, 2009
Namoro antigo
Ainda bem que te encontrei. Vamos retomar a conversa onde a deixámos há vinte anos. Está bem. Então, ficas na tua casa ou na minha?
Anonimato
Adolescências
sexta-feira, novembro 13, 2009
terça-feira, novembro 10, 2009
Ainda a propósito do dia de ontem
Contra os comunistas. Contra os fascistas. Contra os anti-comunistas. Contra os anti-fascistas. Contra os anti-anti-comunistas. Contra os anti-anti-fascistas. Contra todos os anti. Sou do contra, porque sou contra. Se for a favor quase ninguém pergunta porquê. Sou contra os extremos e o meio também. Voto, porque voto. Porque faz falta votar. Porque é importante votar. Mas não darei os votos a comunistas nem a fascistas. Já todos e a humanidade temos deles que baste.
segunda-feira, novembro 09, 2009
Festa dos vinte anos
Foi bonita a festa, pá! Triste, só a incapacidade dos comunistas portugueses em assumirem os crimes dos regimes totalitários do Leste. Triste é ainda haver comunismo. de resto, a festa foi e é bonita.
Cromossomas
Um homem belo tem traços de mulher. Uma mulher bela é muito mais mulher. Tal como é XX e o homem XY. A arte, no masculino, é também sempre feminina. Se um artista precisa duma mulher, uma mulher não precisa de nenhum artista para ser bela.
domingo, novembro 08, 2009
Em poucas linhas
A vida vai toda em poucas palavras. Só por transtorno dizemos demais. Só por vaidade a escrevemos. Só por piedade a poupamos a outros.
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A minha vida contigo é ainda mais curta. Talvez nem valha estas linhas. Tu vales. A nossa vida não.
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Sempre fomos um amor pequenino. Queria-lo em botão. Queria-o como uma conífera. Não foi por isso, mas por um amor novo.
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Um amor novo morto antes da chegada. Não há dia que não me lembre desse amor novo no nosso amor novo.
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Ficámos a meio dum beijo.
sexta-feira, novembro 06, 2009
quinta-feira, novembro 05, 2009
terça-feira, novembro 03, 2009
A chuva e o imprevisto
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O problema dos imprevistos é ser imprevisto. A chuva imprevista é um problema. A chuva imprevista faz-me zangar com alguém, normalmente comigo. A menos que a chuva imprevista não chegue em momento de caminho para um lugar onde se tem de chegar seco.
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Chegar cedo é, talvez, a melhor forma de enfrentar um imprevisto. Sendo que bom ou mau, um imprevisto é desarmante. Rápida deve ser a reacção. A chuva, imprevista ou não, pede rápida reacção, a menos que não chegue em momento de caminho para um lugar onde tem de se chegar seco.
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Sou do tempo em que os homens só usavam guarda-chuvas pretos. Outra cor seria sinónimo de dúvida. Todas as outras cores e as fantasias estavam para o outro género. Docemente, sem imprevisto nem previsto, mudou a vida. Mas a um chapéu-de-chuva, hoje como ontem, só se pede que proteja a roupa, o rosto e a pele. A menos que o caminho se faça para um lugar onde não é preciso chegar seco. E se os umbelas dos homens, tal como os das mulheres, podem ter qualquer cor, diga-se que estão mais perto do imprevisto, porque o imprevisto é sempre colorido.