digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.
quarta-feira, outubro 29, 2008
terça-feira, outubro 21, 2008
Suores frios
Faria toda a diferença se não me tivesses morto. Todavia, nunca nos demos bem neste dia. Mataste-me sempre um pouco, certamente por te ter mordido. Não guardo mágoa do teu rancor... mas os meus delírios não são nada perto da tua certeza precisa, mas errónea, de fantasia. Cá ficamos então, se nada dizer um ao outro. Escrevo-te cartas vazias, enquanto tentas pensar que nunca existi. Parabéns.
quinta-feira, outubro 16, 2008
Amor neo-adolescente
Para a mulher secreta que amo. Para a mulher que amo secretamente. Beijo violento e gestos maníacos. Fica a nossa canção.
terça-feira, outubro 14, 2008
Tavira 1987/9
Luz clara na noite escura. As ruas desertas na cidade pequena. Pirilampos, mosquitos e mariposas. Assistia ao fumo largo e público de quem fumava às escondidas. Um grupo vasto de quem não guardo afectos. De quase todos. O receio do escuro, mas não do cemitério de que saltei o muro. Receio do escuro e admirada boca boqueaberta pelo crânio descarnado. Descobertas e primeiros amores. Luz clara nas noites escuras. Era assim.
O silêncio e o grito
Confessa que sou a luz da tua vida. Confessa sob tortura. Torturas-me com o silêncio. Silencio a dor que me dás. Dou-te o que me dás, sou o que és. Um abraço infinito neste nosso sofrimento. A dor da luz entre o medo do escuro. Esperamos do outro o primeiro passo. Dois corpos nus em magnetismo suspenso. Falta quase nada.
Tá bem, abelha
Pirosada - flores que não sei o nome
- Rosas, senhor.
- As rosas têm espinhos e as rosas não carregam rosas.
Nota: Sim, é muito piroso, mas não resisti.
terça-feira, outubro 07, 2008
Não ter tempo
Ser o tempo e a cor. A queda quase livre na multidão. Não há mão que me segure a esta vida nem vida que me agarre. Ser a cor na cor é como ser-se escuro no escuro. Tenho fogo intenso, pelo que queimo. O ardor da sede. O desejo de ser outro. Em queda, perpetuamente em queda. Perpetuamente sobre a multidão. Em cor de fogo. Não tenho tempo.
sábado, outubro 04, 2008
O outro dia
Neblina de sangria, poder oculto dos dias sós. O frio até ao osso e a tristeza no fio da boca. Se o coração bate por ti é porque estás morta e a tua sombra perdura nas manhãs e tardes vagas.
Não deixo de te perdoar, todos os dias. Prova inegável de que não o fiz. Lábio na lâmina, a fronteira do sangue. O fio da vida.
Todo este lugar é morte, a que reside na melancolia. Persiste a sensação de montanha, o horizonte recortado e o vento certo de frente, nortada. No outro lado da casa há vista longa, mas esse lugar não tem nada a ver com este. É outro dia.
Não deixo de te perdoar, todos os dias. Prova inegável de que não o fiz. Lábio na lâmina, a fronteira do sangue. O fio da vida.
Todo este lugar é morte, a que reside na melancolia. Persiste a sensação de montanha, o horizonte recortado e o vento certo de frente, nortada. No outro lado da casa há vista longa, mas esse lugar não tem nada a ver com este. É outro dia.
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