Azul é igual a bonito. Bonito quer dizer azul.
digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.
domingo, setembro 30, 2007
Dois amores
É claro que guardo as tuas fotos e as cartas da outra.É claro que guardo os teus retratos e as mensagens da outra.
Tudo em mim é um fim.
Antes havia um esplendor eterno e infinito. Depois veio o túnel e a seguir a visão de que um dia é o fim.
Não esqueço das fotos nem das palavras nem do azul nem do vermelho. Em mim não há verde, só uma memória a preto e branco dos meus dois passados... de todos os meus passados.
quinta-feira, setembro 27, 2007
Como és bela
És um tornado de beleza. Volta e volta e faz-me rodopiar a cabeça por êxtase e por te ver passar ou ficar.Quando páras és movimento estático e deleite de todos os olhos. És um tornado de beleza. A minha paixão vai e volta.
A mudança desejada
terça-feira, setembro 25, 2007
Depressão
A tristeza absoluta é uma única visão duma imagem parada. O único desejo é o de ida por não mais se saber ficar. A derradeira esperança é um caminho proibido. A cura não é uma festa, mas uma arrumação.
Amor de gato
Angelitude
A volta do tempo
Por que não me haveria de importar com o tamanho da Lua? Por que hei-de pensar que o Tejo é um rio tranquilo?Faço perguntas para o ar para ver se Deus ou um espírito me responde. Letras pequeninas por uma boca grande. Na cadeira do repouso fazem-se as conjecturas adiadas. Há já muito tempo que as costas não se amanham no couro preto do balanço. É tempo. É tempo.
As costas estão suadas e a pele cola-se ao couro. Na cabeça vai um alvoroço que pouco importa o que o corpo sente. Já são estas horas e ainda nada está decidido. Esta vai ser mais uma noite de sono profundo. Sono talvez justo e só a máxima culpa, ainda que despropositada e injustificada, o fará injusto.
É tempo. É tempo. É tempo de quê? Lá fora as horas aproximam-se do Outono, e já é Outono. Os dias vão curtos e a Lua está imensa, quiçá plena. É tempo de fazer as contas da vida, porque deve-se pensar o caminho nos cruzamentos.
É tempo. Foi há muito tempo. O tempo é veloz e inclemente. Não conheço quem conheci. Quase não me importo. Quase inquietude. É tempo de aninhar as costas no espaldar de couro da cadeira de balanço. A minha vida não é a de outrora. Não me reconhecem.
Faço perguntas para o ar e espero que Deus me responda. Mas não oiço a voz ou estou demasiado cheio para ouvir. Há muita coisa cá dentro, muitos pensamentos, muitos vícios e defeitos. Estarei cheio para ouvir Deus? Faço perguntas para o ar... ao menos me respondesse um espírito. Estou demasiado cheio.
Faço perguntas sobre a vida e o tempo. Sobre o tempo todo. O tempo todo faço perguntas. Estou demasiado cheio para ouvir qualquer resposta que não venha da minha boca, da minha grande boca. Foi há muito tempo e o tempo, de então até hoje, passou depressa. Faço as mesmas perguntas muitas vezes, mas na minha cadeira de couro não sei a resposta, sou incapaz de a pensar.
Todos os ciclos se fecham. Só não se fecham as figuras abertas. Fechar-se é da natureza do círculo. O caminho de loge até hoje é tão comprido quanto o foi o do início até ao longe. Não sei o que pensar, por isso não sei respostas. Faço perguntas para o ar e Deus não me responde.
Não sou quem era nem conheço quem conheci. Há muito tempo havia outra pessoa. Havia duas: ela e aquele que era eu. Não sou o mesmo. Não me reconheço nem conheço quem conheci.
sexta-feira, setembro 21, 2007
Efeméride
Mau
Azul, azul, azul
Azul, azul
Azul
segunda-feira, setembro 17, 2007
Pequeno delito
Sou um pequeno delito: Não me prendo nem quero prender-me a ninguém. Só seguro, porque só sei segurar e não quero ir além donde vou para me queixar de não ir a lado algum. Não raras vezes, estou onde não estou e só quero ir onde não estou.Não me prendo, só incómodo. Ninguém me quer preso nem sequer perseguido. Sou três pontos alinhados, uma reticência, um homem sem ciência. Por tudo o que sou, não quer ser mais do que sou. Para quê? Sou um leve incómodo, um pequeno delito.
Nota: Sim, tomei uma ideia emprestada ao António Variações.
Estranheza
sexta-feira, setembro 14, 2007
365 dias de luz - primeiro tempo
Não acredito no cinzento puro. Antes houvesse, antes houvesse… Entre toda a luz que gera toda a cor e a ausência absoluta que tudo absorve, não há lugar nem vida. Não acredito no cinzento puro! Vejo o castanho cor de sangue, até ao azul e todas as cores. Onde cabe o cinzento? Algures entre o negrum e a alvura. Em todo o lado unido a todos os tons do branco e à tristeza dos negros.Nota: Exposição para ver no Monumental, em Lisboa.
365 dias de luz - segundo tempo
Há infância e Outono. No aconchego dos dias tristes há a prisão na luz: a luz medrosa e o frio a entrar pela carne. A esperança dos dias longos tem de esperar quase um ano, enquanto os olhos se maravilham nos passos entre a brisa e o céu variado. Há a infância e o Outono, muitos dias no tempo duma respiração. Na tarde, saudades da luz de Verão. Depois do estio não há regresso, ainda que as estações tornem. O Outono, depois de chegar, não parte.Nota: Exposição para ver no Monumental, em Lisboa.
365 dias de luz - terceiro tempo
Se voltassem os dias para trás… se voltassem os dias para trás era domingo e o Sol na casa e o Sol no rio seria Sol na vida. Uma sombra feliz frente à casa, um leito de troncos quente para o lume em que nos deitamos no Inverno. Por agora só a felicidade da luz importa. A estrada da manhã leva ao lugar do futuro, ao sítio onde a vida se aproxima da serenidade. Agora é Verão e até ao Outono vai uma noite de sono bem dormido e felicidades corridas.Nota: Exposição para ver no Monumental, em Lisboa.
365 dias de luz - quarto tempo
Açoteia e mar. O terraço debruçado sobre todos os azuis: a sombra dos dias quentes e seu refresco. Sob as árvores, o repouso frente às paredes de luz. Dias longos, dias da calma toda. Se a manhã se levantar húmida haverá insectos e cantos de pássaros… será a Primavera. Se o dia for soalheiro, não sei. Não sei o que se pode fazer num dia soalheiro… tanta coisa. Quando acabarem os dias felizes, voltará o Outono e a nostalgia dos momentos indecisos e infantis.Nota: Exposição para ver no Monumental, em Lisboa.
domingo, setembro 09, 2007
Ai ai, a minha cabeça
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