digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, novembro 25, 2013

A Flor de Luz

Quando acordares dá-me um beijo. Dá-me outro ao deitar. Para não enjoar, dá-me quinhentos durante o dia. E outros tantos durante a noite.
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Nota: No entanto, não vêem nada. A luz da Flor é só minha.

Um milímetro é maior do que a desgraça


O peso das palavras e o desconhecimento das unidades de medida.
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Nota: Há pessoas que não sabem o que dizem. Como se pode classificar de «desumana» a afirmação de que um golo foi nos descontos quando ocorreu aos oitenta e nove minutos. A paixão cega.

Momento de intimidade dois


O amor é cruel. O fígado, que é um coração, desenamorou-se da minha boca.

Momento de intimidade um





















Amo citrinos.

Estou a chegar


A caminho e pode ser para a frente.

sexta-feira, novembro 08, 2013

Os jovens não sabem o que é mandar um fax e talvez só saibam o que é «mandar um fax»... Portugal vai de fax





















Um rebut já não dá. O «sair e voltar a entrar» aqui não dá. Só formatando. O drama é se é um problema de hardware. Se está mesmo escangalhado irá para o lixo e nós iremos também.
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Nota: Vou classificar a imagem como «fotografia», mas o género artístico é «fax art».

O impossível


O impensável aconteceu! Hoje não aconteceu nada no mundo.

quinta-feira, novembro 07, 2013

Concerto

Apresenta-me esse sono que cai como morte se a morte existisse. Que um sonho desentedie a noite e acorde aliviado.
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Apresenta-me uma memória, lembra-me um sentimento. Um concerto, um charro, uma noite, uma bebedeira, um momento tine.
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No relvado a dançar. No relvado deitado. No concerto a curtir. A namorada e um cigarro, e não fumando. Ah, o charro...
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Deitado sob as estrelas diluídas pela cidade. Deitado encaixado na namorada. Ela fumando e ouvendo o concerto e eu ouvindo e vendo-a, apaixonado e com uma tesão descarada, suspensa pelo momento e sentimento pré-consciente da poesia e fragilidade do momento. Sim, sabia que me haveria sempre lembrar. Sim, sabia que me haveria de esquecer. Sim, sabia que um dia, muito mais velhos, numa conversa tranquila, despida de nostalgia, me haverias de lembrar.
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Onde foi pouco importa.
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É uma memória rescrita, não inventada. Um tapete de momentos e virgindades. Foi tudo há muito tempo e no muito tempo cabe muita gente e no muito tempo cabem muitos eus e muitas noites e dias, dos alvoreceres às madrugadas.
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Pode ter sido num lado qualquer contigo, sejas tu quem fores.
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Sejas tu quem fores, amei-te. Com a brevidade e intenção dos zetários. Tanta borbulha na alma e por dentro da cabeça. Tanta certeza de tanta ignorância.
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Ainda hoje me apaixono. Infelizmente, a virgindade passou e quase nada deslumbra.
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Os teus olhos castanhos, escuros pela noite, brilhavam e tinhas a boca tranquila. Estavas a ouver o concerto e eu estava apenas contigo e queria beijar-te, para perceber que não gostava do sabor dos cigarros.
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Nesse tempo difícil, o da borbulha, estavas lá. De lá ninguém te tira. Nem da memória que não me lembrava e que me recordaste.
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Sejas tu quem fores, quando penso para trás percebo por que amava. Se penso, era capaz de te amar outra vez, quisesse Deus que me renascessem borbulhas no pensamento.
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Não é fácil

Quando ele fala e ela interrompe é «uma achega». Quando ela fala e ele interrompe é a génese duma birra. 

Oh vida!

Procrastinação. Preguiça. Depressão. Hipotiroidismo. Drunfo. E eu acordado...
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Nota: O filme é medonho! A estética breakdance já é pavorosa e o conceito de rua de bairro manhoso de Nova Iorque é miserável. Porém, a interpretação e óbvio estúdio são uma pândega. 

sábado, novembro 02, 2013

Lux

Entre uma coisa e outra do lado de fora. Como é possível a nostalgia pelo triste. Devem ter sido as luzes e os amanheceres. Mundo de muitos amores, perdidos e não abandonados. Canções espalhadas pelo chão, como a roupa por causa do frenesim dos corpos. Foram tempos duma adolescência desastrada, de sofrimento sem borbulhas, mas com passado. Não sei se é arrependimento que me castiga com a saudade ou se gostei mesmo de ter tido a alma ferida. Talvez seja por essa juventude tardia ou pela memória das manhãs. Não gosto de estar adulto.