Vou dormir, que amanhã o país volta a acordar deprimido ou estupidamente feliz e eu, que não tenho culpa nem paciência, vou ter de o aturar. E de me aturar.
digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.
sábado, abril 28, 2012
Nós por cá
Vou dormir, que amanhã o país volta a acordar deprimido ou estupidamente feliz e eu, que não tenho culpa nem paciência, vou ter de o aturar. E de me aturar.
Entre nós os elementos
Quando estou em Vénus estás num signo de água. Quando estás
em Marte estou num signo de água. Quando estamos na cama nós dois somos de água.
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No calor dos corpos, no enfado do Verão, na indiferença do Outono, na estupidez da Primavera ou na cama do Inverno sempre fogo. Comigo e contigo.
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No cansaço, nos dias felizes, nas noites de claridade, nos
tempos de depois sempre vento, do que entra sem que queiramos nem vejamos por
onde. No fim do prazer só o ar nos vive.
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O fim do mundo, a erupção dos vulcões, as contrações do chão
de pele e calor e as promessas de verdade e de loucura as palavras profundas. No
descanso da febre dormimos em paz na terra.
quarta-feira, abril 25, 2012
terça-feira, abril 24, 2012
segunda-feira, abril 23, 2012
Agá
– Humano leva agá!
– Ah!... Esqueci-me do agá...
– Pois! Mas não podes.
– Porquê? No Brasil humidade não tem agá...
– Deve ter sido levado por um ovni.
sexta-feira, abril 20, 2012
Outro piropo
Se fosse casado abandonava a mulher e os filhos e fugia contigo para a Serra da Estrela.
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Nota: Este foi segredado a dois ouvidos... fui apanhado no espaço duma semana... elas conheciam-se.
quarta-feira, abril 18, 2012
Como os gatos
Porque às vezes não volto aqui, porque há dias com noites
mais compridas do que os dias e noites mais densas do que o ânimo para ver o
dia.
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As minhas gatas dizem-me com frequência:
– Por que te julgas gato, porque quase só dormes, e não
bebes leitinho, derramado numa tigela, com língua?
– Porque não bebo leite.
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De resto, como gelados em caixas de litro e lamento-me por
ter deixado de parte os enchidos. O doce levita o peso das horas e os chouriços
carregam-me o colesterol.
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À tarde, por vezes, uma Sagres. Sem a batata frita, porque o
colesterol manda. Uma Sagres e vontade de ver a bola; coisa a que quase não
liogo.
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O tédio nos dias perfeitos é força bastante para que aqui
não volte, ainda que quando volte não fique bem com mais nem com menos tédio.
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