digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, março 27, 2010

Túnel de tédio

Deve haver uma saída qualquer, ainda que não se vislumbre uma fresta para entrar a luz ou ver o mundo lá fora. Dizem que a solução não pode ser a explosão das paredes e tecto desta monotonia. Digo-lhes que aos empurrões não se chega lá.
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Há três dias deitado em tédio. Os olhos rasos de tédio. Os ossos cansados de tédio. A boca sôfrega, quase engasgada, a sufocar de tédio.
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Afinal a nesga… da nesga não se vê o mundo lá fora. Depois do breu de dentro de mim, há o breu da casa, o breu do jardim, o breu da rua, o breu do mundo. Por vezes parece que a única luz é a que vem da escuridão da cova de sete palmos.
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Este túnel parado há-de ir dar a algum lado… nem que seja aqui.

2 comentários:

Luiza B. disse...

o tempo demora a passar no tédio. Cansa-se de tédio. O tédio é estado de velho.

João Barbosa disse...

a quem o dizes... :-S