digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

O comboio a partir

No tempo depois da partida ainda se avistam as paisagens de trás. Retratos arrastados.
Sentado nas escadinhas da carruagem um homem fuma cigarros de tabaco negro sem filtro. Finge ler versos e repara na paisagem arrastada pela memória. Pousa os olhos numa imagem de Saraswati que anda sempre consigo.
No tempo depois da partida só há passado e só se quer futuro. A paisagem pouco importa. O tempo é de ir. Às vezes a vida é ficar.

2 comentários:

Jorge Rego disse...

Realmente os textos são isso mesmo.
Cheguei aqui por via do comboio que é um hobby que desenvolvo. Essa pintura é interessante e o texto anexo lembra-me algo já passado.
Parabens

João Barbosa disse...

obrigado. venha visitar mais vezes o vagão dos textos.
saudações