digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

A memória do comboio

Não é por ser-se breve que se não é intenso. Nem se é intenso por ser-se breve.
O comboio passou pelo apeadeiro. O lugar abandonado e deserto ficou abandonado e deserto com o ar que tem sempre de lugar abandonado e deserto, sem poeira suspensa no ar, sem vaga impressão do comboio. Era um rápido? Um regional? Um pesado carvoeiro?
Por lento que tivesse passado o comboio, não ficou memória dele na paisagem nem no tempo do apeadeiro. Assim é a vida.

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