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Deixaram-me um recado nas escadas da estação. Um apelo como uma despedida antecipada. Mais tarde um telefonema, uma surpresa. Sentimentos de sangue largados no espaço.
Deixaram-me um recado nas escadas da estação. A luz toda entra indiferente pela casa toda. Não está ninguém. Mais breve pode não não estar ninguém. A luz toda não é de ninguém.
A memória paira na luz toda. A porta está aberta, mas por ela não entra nada. Saiu tudo. Não entra passado nem futuro. O presente é um instante breve.
Na memória ficou o recado nas escadas da estação e a luz toda a entrar pela porta aberta. Para o futuro fica a questão: por que não se chama de desembarque aos cais?
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