digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, janeiro 02, 2007

Carta de mar

Daqui a três minutos mando-te água do mar pelo correio... mais coisa, menos coisa... três minutos. Um bocado do Sol que nela se espelha e do calor associado.
Não passo mais de sessenta segundos sem pensar em ti. Não passa um minuto em que o Verão não aporte trazendo lembranças dessas praias e dos frangos comidos depois de nos escaldarmos como lagartos. Por que é Inverno? Por que um Outono interrompeu os beijos? Não há um minuto que não traga o odor do iodo.
Quando terminar de escrever estas linhas terão passados os três minutos... seguirá pelo correio normal a encomenda do meu desejo e a declaração de todo o meu afecto. Não vai registada, para que não a possas recusar quando o carteiro te bater à porta. Vai chegar-te silenciosa à porta, talvez com dias de atraso... mas vai chegar. Sei que abres a caixa a dias espaçados... não tem prazo de validade, a oferta.
Os minutos passaram. A água do mar está no sobrescrito, com alguma areia, muito Sol e todas as memórias e afecto. Dentro de dois ou três dias estará na tua caixa de correio. Um dia abrirás e saberás a verdade. Podes entornar e recolher ou desperdiçar ou mergulhar novamente. A carta já segiu...

5 comentários:

Folha de alface disse...

q bom q é começar o ano e ler tão belas palavras.~beijinho gde joão

João Barbosa disse...

obrigado... beijinhos e bom ano

Anónimo disse...

Que bonito texto, com cheirinho a mar...

Anónimo disse...

algas, limos e iodo

Anónimo disse...

Pois, é o verdadeiro cheiro do mar, sr. anónimo.