Daqui a três minutos mando-te água do mar pelo correio... mais coisa, menos coisa... três minutos. Um bocado do Sol que nela se espelha e do calor associado.
Não passo mais de sessenta segundos sem pensar em ti. Não passa um minuto em que o Verão não aporte trazendo lembranças dessas praias e dos frangos comidos depois de nos escaldarmos como lagartos. Por que é Inverno? Por que um Outono interrompeu os beijos? Não há um minuto que não traga o odor do iodo.
Quando terminar de escrever estas linhas terão passados os três minutos... seguirá pelo correio normal a encomenda do meu desejo e a declaração de todo o meu afecto. Não vai registada, para que não a possas recusar quando o carteiro te bater à porta. Vai chegar-te silenciosa à porta, talvez com dias de atraso... mas vai chegar. Sei que abres a caixa a dias espaçados... não tem prazo de validade, a oferta.
Os minutos passaram. A água do mar está no sobrescrito, com alguma areia, muito Sol e todas as memórias e afecto. Dentro de dois ou três dias estará na tua caixa de correio. Um dia abrirás e saberás a verdade. Podes entornar e recolher ou desperdiçar ou mergulhar novamente. A carta já segiu...
5 comentários:
q bom q é começar o ano e ler tão belas palavras.~beijinho gde joão
obrigado... beijinhos e bom ano
Que bonito texto, com cheirinho a mar...
algas, limos e iodo
Pois, é o verdadeiro cheiro do mar, sr. anónimo.
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