digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, julho 27, 2006

Vermute
















Vieram-me desassossegar. Inquieto-me com facilidade até com o que à partida me é indiferente. Parvoice! Num instante vejo-me a arder como um pavio e se não curo este mal rebento e rebentarei quando souber o que quero.
Vieram-me desassossegar dizendo-me do que não sabia. Falaram-me do que era indiferente. Julguei que era segredo e bastou-me para a ferrugem pegar no ferro do meu sangue. Estou infectado com o mal da curiosidade.
Falaram-me em vermute e não estremeci, porque para mim é uma recordação de adolescência e beberagem menor que, por vezes, se bebe antes duma refeição e sem grande prazer. Contaram-me que em Espanha se bebem vermutes que não são feitos por multinacionais de bebidas e já cocei o queixo. Antes de prosseguir devo dizer que o vermute é um vinho fortificado, ou seja que ao qual é acrescentado um outro álcool mais forte, e resulta ainda duma infusão de ervas e especiarias. Rezam as crónicas que a sua origem é italiana, de Turim, mas há também quem a situe em França e quem lhe encontre as raízes na Alemanha.
No entanto, o que me esgravatou a alma como uma toupeira foi a dica dum vermute marselhês chamado Noilly Prat, que terá propriedades maravilhosas e capazes de me fazer afeiçoar à bebida. Sim, porque Cinzano nunca bebi com tragos de boa memória e o Martini não me entusiasma. Estou pois em pulgas para conhecer o provençal.

4 comentários:

perdida em Faro disse...

João Barbosa: confiando na tua imensa e já demonstrada sabedoria alcoólica, aguardo o encontro e a degustação do dito para depois me poderes elucidar...

Ana Fonseca, a dica também é para nós...vamos substituir os nossos martinis por outro vermute!?

Ana Fonseca disse...

Esperemos pelo comentário do entendido! :) Por enquanto, se calhar, mantemos os martinis! :)

João Barbosa disse...

Vossas palavras enchem-me de responsabilidade e são, de alguma forma, injustas, pois não sou um entendido, mas apenas curioso. Já perguntei a quem me fornece de magias e consta que estão encomendadas umas tantas garrafas e que o valor unitário é elevado. Esta mania!...

Anónimo disse...

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