digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, julho 01, 2006

Radar

Diz-me onde andas tu. Não sei de ti e quero saber. Desejo-te! Quero-te! Preocupo-me. O teu olhar entra-me e despe-me ainda que enfoque apenas no castanho dos meus olhos. Desfaço-me ao ver-te sorrir suavemente e mais pelo jeito desmaiado do teu luzir sereno.
Gemes na cama como quem pede clemência e licença para ter mais prazer. Não te importas e invades o meu corpo. Gosto do toque e da insensatez. Gosto-te pela noite fora e sem fronteiras. Gosto-te sem luzes e além da barreira do som e do medo.
Foi há tanto tempo! Foi com tanto medo! Foi tanta a merda! Ainda tremem as mãos das asneiras que te disse! Ainda me treme a garganta das verdades que calei! Não interessa! Não interessa o passado! Juro que interessa, quando interessa o presente!
Gemes na cama como quem pede clemência! Rendo-me a ti a pedir mais ternura e tesão. Não sei onde és, não sei onde estás, não sei se te rendes nem tampouco a mim. Quero e não quero no balanço do medo e no vai-vem do desejo e da paixão. Por mim fico quieto para não mais magoar, mas à noite, sozinho, chamo-te, baixinho.

Nota: Este texto é dedicado a quem sabe que lhe é dedicado, que é uma das pessoas que mais prezo nesta vida.

2 comentários:

moonlover disse...

Geralmente tenho receio d comentar em blogs tão intensos e tão ricos de emoção porque é dificil de conseguir comentar no mesmo nivel do que leio! mas este texto é tão cheio de vida e ninguem comentou! não entendo como tens problemas, com tanta sensibilidade!!!de certeza existe o tal molde que se encaixa ;)

Anónimo disse...

Tão bonito, João... E mais não digo, para não desarrumar nada :)