
Sabes, conheço-te melhor do que pensas e talvez menos do que julgo. Adivinho-te os passos mas não te acerto no andar. Foram tantos os amargores que nunca mais o limão será ácido nem tu me causarás desgostos. Sinto as tuas orações, mas sou incapaz de saber quando me visitas.
Ainda hoje leio cartas abertas como se fossem minhas, embora as escrevas para os pés. Até deixas supor que foram os pés que te levaram ao Alentejo... como se o tivessem feito pela primeira vez ou tivessem eles a importância dos amores antigos e profundos.
Não me lembro quando, exactamente, conversámos da última vez. Sei que chovia e que me confessei. Eu chovia tão abundantemente quanto lá fora. Hoje talvez devesse chover e tu confessares qualquer coisa. Já vai sendo tempo. Se é que o tempo é tempo e se a digestão foi feita. A amizade é a sobremesa da refeição do amor. Este é o décimo terceiro texto no sexto ano das fadigas. Falta profundidade íntima desse lado... talvez a nossa amizade seja como as piscinas, mais profunda num lado que no outro...
Este é o décimo terceiro texto se a contagem não me engana. Se me enganar, foi o azar do número.
Nota: Este texto é dedicado a quem pensa que lhe é dedicado e uma das pessoas de quem mais gosto nesta vida.
2 comentários:
ups! por momentos e até esta jenela abrir, sei que esse teu coração deve ter batido uma ou duas vezes a mais, na espectativa de que a pessoa receptora tivesse respondido. Ups, sou só eu, Tânia Pereira e ainda por cima para me repetir: este sim, é o texto mais bonito que já li neste blog. Perfeito.
P.S-Desculpa pelo sobressalto.
Nem sobressalto nem drama. Obrigado pelo elogio. beijinho para ti.
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