digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, abril 01, 2006

Nua

O amor da minha vida está mais nu. Tem mais do que a carne viva à mostra. Mostra-se toda ela em flor, porque toda ela é flor... o amor da minha vida.
O amor da minha vida é uma mimosa e eu tenho umas mãos muito grandes. Mesmo quando quero afagar, desajeito o amor da minha vida. Caem sempre pétalas quando lhe toco. Por isso tenho medo só de a olhar.
O amor da vida é aquele maior que se tem, mesmo depois da despedida. O amor da minha vida já aqui esteve e já se foi. Para sempre.
O amor da minha vida tem medo que eu o olhe, porque está em carne viva. E eu que quero ser só seu amigo e apenas um amigo... Ai que mal fiz eu ao amor da minha vida para ele ter medo de um amigo? Diz-me a consciência baixinho coisas que aqui não conto, mas que sei. Como o amor da minha vida sabe que está nu em carne viva a escrever versos para a rua, a dá-los a beber a quem tem sede de afago... é assim o amor da minha vida: generoso.
É por todas as suas virtudes que é o amor da minha vida... É pelos segredos da minha consciência que não posso ser só amigo, um simples amigo, do amor de minha vida.

1 comentário:

Anónimo disse...

Das coisas que mais me tocaram nos últimos tempos... Tu cantas com as mãos, João querido. Um beijo enorme.