Morrer é como passar um cheque. A alma vai-se logo embora, como o dinheiro sai da conta de quem assina. Contudo, o corpo leva tempo a fundir-se na terra ou no mar, como demoram os números da verba a misturar-se com os que estavam na conta de quem recebe.
Por mim, tanto me faz que seja cremado ou sepultado. O corpo deixará de ser meu mal a minha alma o abandone.
Por agora, só durante uns minutos e apenas para quem me lê, fantasio como se não fosse e penso-me fantasma e numa casinha para morar. Gostava de ter uma árvore grande para fazer sombra à pedra quase lisa com o meu nome. Nesse local de silêncio e ausências não teria família a chorar-me, só algumas visitas por engano e uns passantes. A todos esses gostaria de ajudar ou assustar... conforme os apetites. Mais ou menos como faço agora.
3 comentários:
Bom dia à alma!
sabes, acho que o que vai é o corpo... lentamente, como dizes...
a alma fica, permanece ... invisível ou não!
aos meus filhos que já perguntaram se vou morrer a aos quais respondi: "sim, claro!"...
Acrescentei... "mas não se afligam a mamã não vai a lado nenhum... só têm de procurar-me e se me procurarem bem vão encontrar-me de certeza... posso estar numa árvora, nas núvens, numa borboleta... no vento... mas vou estar sempre cá... afinal, não lugar algum para onde ir!!!!"
beijos!
(percebi que não era/é ficção)
tem um dia feliz!
Amor!
nós andamos sempre por aí
Tu és surpreendentemente adorável :) Adorei os comentários que precedem este :)
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