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Bebes-me o sangue e alimento-me de ti. Como as letras
formando o livro, o temperamento fez-nos completos em permanente construção, da
vertical vontade de subir a todas as montanhas donde se beija em ânimo e
libertação.
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Assaltas-me na noite e fazemos amor e roubo-te as manhãs e caímos na frenética paixão. Trocamos a circunstância das horas.
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Fazemos amor amamo-nos, na cama sem amanhã nem ontem.
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Fazemos amor amamo-nos, na cama sem amanhã nem ontem.
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Saro-te a ferida por mim cortada. Curas-me da mágoa de
lamento.
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Nenhuma paisagem força o vento, antes ou depois de ido.
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Por nós em nós, vamos.
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A recordação dos males é na casa assombrada que deixámos para
nem mesmo esquecer. Indizemos nomes e rostos.
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Fazemos amor, por nós em nós. O teu odor colado a mim e o
meu cheiro apegado a ti.
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Sensuais como os vampiros, bebemo-nos e damo-nos em troca.
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A minha carne e o meu sangue são-te, tal a minha alma.
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A tua carne e o teu sangue são-me, tal a tua alma.
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Nenhuma ofensa nos ofende. Quem corta, desta-feita-sempre, um rumor
biliático, não é faca ou quilha. É a garantia do nosso amor.
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Só na sensualidade dos lábios querendo-se em união – leveza e
pedra de amantes – se pode imaginar benévolos vampiros.
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Nem claridade nem breu, vampiros de nós em nós,
sensuais e felizes.
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