digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, agosto 13, 2018

Tentaram-nos o ânimo

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Bebes-me o sangue e alimento-me de ti. Como as letras formando o livro, o temperamento fez-nos completos em permanente construção, da vertical vontade de subir a todas as montanhas donde se beija em ânimo e libertação.
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Assaltas-me na noite e fazemos amor e roubo-te as manhãs e caímos na frenética paixão. Trocamos a circunstância das horas.
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Fazemos amor amamo-nos, na cama sem amanhã nem ontem.
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Saro-te a ferida por mim cortada. Curas-me da mágoa de lamento.
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Nenhuma paisagem força o vento, antes ou depois de ido.
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Por nós em nós, vamos.
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A recordação dos males é na casa assombrada que deixámos para nem mesmo esquecer. Indizemos nomes e rostos.
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Fazemos amor, por nós em nós. O teu odor colado a mim e o meu cheiro apegado a ti.
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Sensuais como os vampiros, bebemo-nos e damo-nos em troca.
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A minha carne e o meu sangue são-te, tal a minha alma.
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A tua carne e o teu sangue são-me, tal a tua alma.
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Nenhuma ofensa nos ofende. Quem corta, desta-feita-sempre, um rumor biliático, não é faca ou quilha. É a garantia do nosso amor.
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Só na sensualidade dos lábios querendo-se em união – leveza e pedra de amantes – se pode imaginar benévolos vampiros.
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Nem claridade nem breu, vampiros de nós em nós, sensuais e felizes.

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