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Hoje, quando me lembrei de ti pela primeira vez, tive uma percepção-imagem
de vigília-sonho-premonição. Tão simples quanto brincar com berlindes.
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Berlindes? Coloridos, transmitindo-me leveza-de-espírito,
alívio, liberdade e amor.
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Um amor nunca tido. Inalcançável, como uma estrada para onde
o olhar não chegará.
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Amor de andar de mão-dada e de riso, do abraço à cama. O caminho
pela mente-espírito.
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Tal raciocínio – nem que fosse por estares nele – não me
deixa fatigado. Opostamente, a visão dos berlindes aconchega-me.
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Falando-me de ti, os berlindes serão o Sol, a Terra, a Lua e
todos os planetas do sistema solar? Estes astros falham em quantidade.
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Do sentir, pensar e dizer, assombradamente, aconteceu-me uma
revelação.
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Cuida-me transcendência – como melodia de rumor indiscreto –
oiço, no para-lá, uma estrela inédita.
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Excelente, esta estrela, só ao longe não é redonda. É a que
divido contigo, meu amor.
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Se os berlindes são mais, em soma, do que uma só estela é
porque.
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Comecei por escrever uma percepção-imagem de vigília-sonho-premonição.
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Meu amor não tardes e sempre és comigo.
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