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Ela escreveu:
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– Traz-me notícias de mim.
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Não pediu, ordenou.
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Eu, como fosse até aí triste e afogueado, amando-a de
improviso.
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Disse-lhe num papel:
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– Não sou correspondido, como não o és.
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Pudesse, o Inverno seria outra coisa. Um tempo qualquer,
antes e depois da janela.
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Como dar-te notícias de ti? Não tas tenho nem o que suponho
que as possa reunir.
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São notícias de segredo.
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Por isso, não as tenho.
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Se as tivesse, quebrar-se-iam os mistérios.
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Em desânimo ou em euforia, terias de inventar novas.
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Possivelmente, eu precisaria doutra dor, para que escrevesse
novamente sobre ti
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