digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, dezembro 26, 2017

Incalma

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Há coisas fora da calma.
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Desconheço se alguém me pode explicar ou se esta febre é única.
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Se fosse sexo ou amor.
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É um calor inexplicável, como se pudesse deitar-me com todas as mulheres.
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Vê-las secretamente.
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Desejosas por intuição.
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Ser-lhes um arrepio de água morna e lábios quase mordendo os lábios.
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Elas sem castigo – eu sem o martírio na tortura – de arrependimento nem de pecado, qualquer coisa da natureza e dos lençóis.
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Por isso, elas querendo-me e eu desobrigado. Ainda assim:
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– Querendo-as sóbrio ou ébrio – sem escolha demais distante do momento.
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Repito: sem sonho ou obrigação:
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– Não sei se na memória ou no esquecimento.
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Não sei clarificar.
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Nem de acalmação.

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