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O universo não devia existir, dizem cientistas da ciência
exacta. Nem cientista nem exacto, sinto-o duplamente. Tanto me penso ser sem o
todo, só mente imaginativa, quanto não pertencer à ordem, por isso inútil.
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O cientista sabe como o crente da precisão do tangível e da largura
da crença. Céptico da pedra e do inalcançável, tudo me faz lógica e irracionalidade.
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É sítio de perguntar da utilidade do universo, seja cosmos
ou desordem. Sem essa solução – se fosse exequível – não se saberá do homem. Conhecendo-a,
nasce questão igual, mais fina de especificação e tão antiga:
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– O que se faz aqui?
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É bem de ver, não há fala luminosa. Sem necessidade de
perguntar, fazê-lo é tempo de prazer de espreguiçar.
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Há tão poucas coisas saborosas quanto o espreguiçar.
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