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O ar passa como um rio, sobre o rio e sobre a casa e à sua
frente. Desagua na praia de rochas furadas – suas barbacãs, torres e albarrã.
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Na casa entram julgando terem entrado. É fechada na sua
abertura, girada por campo encerrado.
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Sem convite nem sem proibição – é-se, não importando como.
Há demoras indesejadas e partidas de desfeitar, usualmente mudas.
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Em Dezembro penso no Janeiro passado. O tempo irá passar e alguma
coisa ficará para memória.
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Resta pouco do restar dos anos. Arrogantemente penso que o
meu caminho breve e aleatoriamente se cruza com o da normalidade.
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A vida não é ciência, sou éter. A racionalidade é enfadonha
e a sabedoria não me interessa, porque os dias são todos iguais.
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