digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, novembro 01, 2017

Lisboa há bocado

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Não era o céu de Rubens. Olhei-o e vi, nem despido nem vestido de nuvens, um azul claro tão limpo, além daquele de enrolar bebés.
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Sem perceber, senti-me em Paris. O pré-anoitecer e o fumo dos assadores de castanhas, acabo de chegar, lembrou-me. Certamente, não tem nada a ver. Aliás, conheço mal a cidade.
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Não sei por que o pensei. Um devaneio sem infidelidade. Certamente uma distracção que o divã não concluirá conhecimento.
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Sou tão lisboeta. Sinto-me na luz clara reflectida no Mar da Palha e no empedrado desconfortável de calcário branco.
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Ainda no Outono, ainda no Inverno, já na Primavera e claramente no Verão, há luzes todas irmãs, quase fantásticas quanto a da angelitude.
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Na noite fria, preferencialmente chuvosa, a viagem num cacilheiro aberto tem o seu som e a cidade a sua cor. Um lisboeta sabe que o é se entende isto.

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