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Não era o céu de Rubens. Olhei-o e vi, nem despido nem
vestido de nuvens, um azul claro tão limpo, além daquele de enrolar bebés.
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Sem perceber, senti-me em Paris. O pré-anoitecer e o fumo
dos assadores de castanhas, acabo de chegar, lembrou-me. Certamente, não tem
nada a ver. Aliás, conheço mal a cidade.
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Não sei por que o pensei. Um devaneio sem infidelidade.
Certamente uma distracção que o divã não concluirá conhecimento.
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Sou tão lisboeta. Sinto-me na luz clara reflectida no Mar da
Palha e no empedrado desconfortável de calcário branco.
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Ainda no Outono, ainda no Inverno, já na Primavera e
claramente no Verão, há luzes todas irmãs, quase fantásticas quanto a da
angelitude.
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Na noite fria, preferencialmente chuvosa, a viagem num
cacilheiro aberto tem o seu som e a cidade a sua cor. Um lisboeta sabe que o é
se entende isto.
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