digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, novembro 28, 2017

A cama

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Diz-me se esse beijo pertence-me. Que a justiça de Deus recaia em nós, estamos obrigados sem contestação.
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Diz-me se o pão nos dará o ânimo para a forças nos guiar até de manhã. Que a justiça de Deus seja clara na sua ordenança, obrigação da força que a gravidade nos empurra para um leito.
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Diz-se se a madrugada não tem hora. Que a justiça de Deus abata no nosso feitiço tardio e paguemos ao outro a dívida do suplício do prazer.
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Diz-me que sim, que tudo isto é verdade.
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Diz-me que não, que tudo o resto é um sonho terminado.
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Diz-me qualquer coisa na cama onde acordaremos da insónia.

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