digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, março 12, 2017

Do entardecer à luz da manhã

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A música e o vinho vieram de noite, até ao primeiro beijo de transgressão entre os ébrios.
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Uns caíram sem loucura e outros como os salmões nos ribeiros. Nem todos adormeceram, descalços na pedra dos degraus ficaram esperando alguma coisa.
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Ainda sem luz e o já perdido o escuro. A fruteira dá fruta todo o ano e a videira trepa pela parede. Vêem-se as montanhas para lá da floresta e o jardim demora-se a acordar.
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Descalços na pedra dos degraus quietaram-se hipnotizados, em esforço de ficar ou dormir.
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Do vinho e do amor à ressaca e ao arrependimento. O frio subtil anuncia a hora. Logo mais tarde.

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