digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, dezembro 11, 2016

Infantil

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Queria ser de todos amigo e ninguém tivesse de me perdoar.
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Creio, desgraço e insisto. Dizem estúpido e infantil. Sou sem amor-próprio e irrelevante.
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Sou doutro sítio. Sou sem sapatos. Sou sonâmbulo.
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Às vezes inconsigo andar e noutras levitando – os mesmos locais, na mesma vida e a mesma noite.
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Sou uma estátua de sono, inútil e irrelevante.
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Sem amor-próprio acredito num dia.
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Partirei como todos e aqui não deixarei nada e de mim poucos querem.
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Queria ser de todos amigo.
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Dizem estúpido e infantil.

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