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Às escuras se chora, sabemos, e à chuva também se secam as
lágrimas.
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O resto são sobras, feitas de horas, feitas de dias.
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Fora da casa fechado sob o tecto de céu, mistérios de
partida e chegada.
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O claustro vazio. Nem arrepio, sem consolo. Só a chuva, não
sei se fora ou dentro em mim.
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Na cabeça uma marcha solene digna de reis consolando numa
ilusão de importância.
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A chuva rioando pela face e eu esperando acreditar num
milagre.
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