digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, setembro 12, 2016

Como sonhando

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Maria está nua de inesperada nudez e desprevenido aconteceu-me como se o estivesse.
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Numa mansarda no declive de Alfama quase direita na linha do Tejo.
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Descalço nas tábuas e divã, a música e o ar que traz frescura, calor, luz e rua.
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Amanhã é longe, dia não finda.
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Maria infinitamente nua como numa fotografia.
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Cheirantes um do outro, aroma de memória futura como tudo resto que sobra dos abandonos.

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